Era madrugada de quinta-feira, 10, em Fernandópolis quando o latido do cachorro chamou a atenção de morador no bairro Coester, região da Escola Armelindo Ferrari, em Fernandópolis. Ao verificar o que estava ocorrendo, se deparou com uma onça-parda no quintal e acionou o Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental para captura do animal. O animal chegou a ferir um cão e fugiu para outras casas vizinhas.
O felino foi contido no corredor de uma residência até a chegada da equipe técnica do zoológico municipal de Rio Preto que efetuou disparos de dardo tranquilizante para imobilização da onça.
Após a sedação, o animal foi avaliado por médico veterinário que constatou que estava bem de saúde, sem ferimentos, apto para voltar para a natureza. No fim da manhã de quinta-feira ele foi solto em uma reserva florestal na região do rio São José dos Dourados.
Em entrevista à Rádio Difusora FM, a tenente Roberta Aniceto da Polícia Ambiental lembrou que a ocorrência de queimadas faz com que animais da fauna silvestre se aproximem de áreas urbanas em busca de abrigo e alimento. Foi a primeira vez que um felino do porte de uma onça-parda apareceu em Fernandópolis.
A onça-parda é o segundo maior felino da fauna brasileiro, com risco de extinção, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira. Ela é capaz de pular de uma distância de até seis metros e consegue saltar de alturas de mais de 15 metros. É um animal noturno, difícil de ser encontrado e em sua dieta estão desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte. O animal capturado na área urbana em Fernandópolis era jovem, macho e pesando cerca de 40 quilos.
O aparecimento da onça parda se soma às inúmeras ocorrências de animais silvestres que vieram parar nas cidades nos últimos meses. Em julho, reportagem do CIDADÃO mostrou que foram vários os casos registrados, como o de tamanduá-bandeira que "passeava" calmamente por avenida no centro de Jales em dezembro; um jacaré com cerca de um metro que apareceu na garagem de uma residência no Jardim Rio
Grande em Fernandópolis em janeiro; e uma onça-parda que atacou um galinheiro em uma propriedade rural em Alvares Florence em junho.
Na época, o capitão Alonso Ferreira da Polícia Ambiental de Fernandópolis lembrava que os animais silvestres não têm interesse de transformar a cidade em seu habitat. Na entrevista, orientou que o ideal é permitir sempre a fuga e, como nesse caso, em que o animal ficou contido em um corredor, acionar a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros para o resgate seguro como ocorreu. “Esses animais costumam ter mais medo da gente, do que a gente dele. Dificilmente alguém vai se deparar com uma onça, por exemplo, durante o dia ou que ela venha atacar uma pessoa, porque ela tem o costume de fugir na presença humana”, explicou o policial ambiental.
Nesta mesma semana, um cidadão fernandopolense fez um flagrante fotográfico do de quatro capivaras passeando à noite pela calçada da Avenida Aldo Livorati que margeia o ribeirão Santa Rita.