A onda de fake news sobre ataques às escolas na região levou as autoridades a promoverem reuniões e fecharem o cerco nas investigações para identificar de onde partem as ameaças.
Em Fernandópolis, representantes das Polícias Militar e Civil, Ministério Público, Diretoria de Ensino, Educação Municipal, Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar, OAB se reuniram com o prefeito André Pessuto no Paço Municipal na terça-feira, 11, para discutir ações de combate às notícias falsas com ameaças à segurança de escolas gerando instabilidade na comunidade o que tem levado muitos pais a não deixarem filhos irem para a escola. Em post nas redes sociais, o prefeito de Fernandópolis disse que as autoridades “estão atentas” e pediu calma aos pais.
Ele destacou ainda o trabalho integrado das forças de segurança pública em Fernandópolis, principalmente com a “Atividade Delegada” e lembrou que professores e diretores estão atentos a mudanças de comportamento em alunos e há controle de acesso nas escolas. Pediu que os pais também redobrem atenção sobre o que os filhos estão fazendo na internet e sobre mudança de comportamento também em casa. “É um trabalho conjunto. Sei que o medo nos causa pavor, aflição, mas quando receber uma informação, mantenha a calma e leve para a escola ou Polícia”, aponto Pessuto.
Uma segunda reunião ocorreu na manhã desta sexta-feira, 14, no auditório do Paço Municipal com representantes de todas as escolas particulares e públicas municipais e estaduais com equipe da Polícia Militar sobre medidas preventivas de segurança no ambiente escolar. Participaram o Major Mário Siconeli, o capitão Fernando Ferrarez e a Tenente Rosana Higashy. O prefeito André Pessuto participou da reunião.
INVESTIGAÇÃO
O delegado seccional de Fernandópolis José Gonzaga Marques, em entrevista à Rádio Difusora FM revelou que já na quarta-feira havia 8 alvos sendo monitorados e um disseminador de mensagens ameaçadoras identificado. “As policiais Civil e Militar estão agindo para prevenir e reprimir qualquer ato de divulgação de fake news que levem insegurança e instabilidade social. Isso é crime”, avisou.
O delegado foi enfático ao dizer que “ninguém vai se esconder nas redes sociais para espalhar pânico. Todos serão responsabilizados. Estamos no encalço de todos, fazendo o rastreamento das redes sociais”. O delegado apontou ainda que os pais observem seus filhos principalmente o que eles andam fazendo na internet.
Chama a atenção o caso registrado em Santa Fé do Sul na quarta-feira, conforme relato da Polícia Militar. Diz a nota da PM que “policiais Militares da 4ª Cia do 16º BPM/I - Santa Fé do Sul apreenderam menores por ameaça a alunos de escola estadual Itael de Mattos”. De acordo ainda com o relato da PM, “a diretora solicitou a presença da Polícia Militar, quando declarou ter tomado conhecimento de que haveria um ataque a escola, e que alguns alunos teriam criado um grupo via aplicativo de celular WhatsApp onde circulavam mensagens de adoração a Hitler, bem como símbolos de nazismo, entre outros, inclusive com ameaça de ataque a escola. Informou ainda que junto ao Instagram também foi constatado que tais participantes do grupo citado possuíam neste aplicativo, ameaças de ataques a escola, inclusive tendo citação de que a intenção é matar todo mundo".
Diante da gravidade da situação, assinala a nota da PM, foi solicitado o comparecimento do Conselho Tutelar para acompanhar a abordagem dos alunos. Foi realizada vistoria nas mochilas e dentro da mochila de um dos menores foi encontrado um transferidor adaptado com duas lâminas, foram encontrados também os celulares que os alunos faziam uso para as postagens.