A fernandopolense Henriana Pessuto mora em São Sebastião há 28 anos. É irmã do prefeito André Pessuto. Na entrevista que concedeu à Rádio Difusora FM na manhã de quinta-feira, 23, relatou. “Estamos vivendo uma situação de guerra. Foi uma catástrofe muito grande, devastadora, que arrasou nosso município com 100 km de costa. As áreas mais atingidas foram as praias da costa sul, entre os bairros do Toque-Toque, Praia da Baleia, Barra do Sahy, Juquehy. Moro aqui, em um bairro que podemos dizer ser como o centro da cidade de São Sebastião e nunca vimos algo igual. Foi surreal o que aconteceu. Muita gente soterrada não tem como saber a extensão da tragédia. Isso é muito triste”.
Henriana explicou que a questão do tempo em São Sebastião sempre foi muito complexa e que os moradores recebem alertas frequentes da Defesa Civil. “A informação que foi passada era que seria uma chuva de 250 mm, o que já é uma quantidade absurda, só que veio 680 mm”.
“Estamos tentando transformar o choro em fertilizante de fé para as pessoas. É um clima de consternação e muita tristeza. Ainda não temos dimensão dessa tragédia”, diz. Lembra que ainda no sábado teve festa de carnaval na cidade e que os filhos foram salvos por um bloco, porque eles já tinham como destino a praia de Maresias, local de baladas e festas que atraem os jovens. “O primeiro velório coletivo que tivemos aqui com 9 vítimas, eram todos jovens”, contou
Ela destaca a ajuda humanitária que chega a todo momento. Citou os caminhões com água enviados pelo empresário Cleber Faria do Grupo Império e conclamou os fernandopolenses a participarem dessa corrente de solidariedade. Integrante do grupo Caritas da Paroquia São Sebastião, Henriana é voluntária no trabalho de encaminhar doações que chegam a todo instante na cidade. “Vamos precisar de muita ajuda para reconstruir tudo que foi destruído. É um mutirão de fé”.
Alertou as pessoas que estejam com viagem programada para a região que cancelem. “As praias que são maravilhosas estão tomadas por troncos de arvores que desceram o morro. Não há clima e nenhuma condição para receber turistas”.