Empatia: capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, etc. Foi o que a protetora dos animais Simone Nascimento sentiu quando encontrou na rua uma bolsinha de crochê bem simples com R$ 2.500 em dinheiro e apenas um pedaço de papel com alguns dígitos, sem nenhuma identificação de quem teria perdido.
O fato aconteceu na última quarta-feira, 11, quando Simone deixou seu carro em uma oficina e decidiu fazer uma caminhada enquanto era realizado o conserto. “Tenho o costume de olhar para baixo e atravessando a calçada vi uma bolsinha bem simples, feita de crochê. Peguei para ver o que era e se tinha alguma informação de quem seria, pois tinha uma grande quantia em dinheiro. A única coisa que encontrei foi um pedaço de papel com seis dígitos, que acreditei ser a senha da pessoa”, disse a protetora em entrevista ao programa Rotativa no Ar, da rádio Difusora FM.
Simone disse que a primeira coisa que passou pela sua cabeça era como faria para encontrar a dona da bolsinha. “Se publicasse nas redes sociais só o dinheiro iriam aparecer muitos donos e seria impossível identificar quem era o verdadeiro. Então pedi que a pessoa que fosse a dona me falasse os dígitos que estavam anotados no papel”, explicou.
Foram mais de 100 compartilhamentos e muitas pessoas entrando em contato com a protetora, inclusive questionando se a pessoa lembraria esse número. Até que uma pessoa intermediária, que conhece a dona do dinheiro, avisou que ela precisava saber a senha, mas ela não lembrava. Porém, tinha anotado em um caderno de receitas para caso esquecesse. Então, ela confirmou e o valor foi devolvido. “Era uma pessoa humilde, guerreira e que vive sozinha e cuida dos netos que moram com ela e esse dinheiro era para manter a casa e a comida das crianças”, contou Simone.
Segundo Simone, essa é a segunda vez que isso acontece com ela. “Na outra vez foi um cheque com uma quantia alta, mas na época (há 15 anos atrás) ainda tinha lista telefônica e consegui localizar a pessoa por lá. Hoje, eu nem postaria se soubesse quem era a dona. Só fiz a postagem na intenção de repercutir para que eu encontrasse a pessoa, senão não iria dormir”, explica.
A protetora disse que a situação também pode ser uma provação divina. “Há 15 anos resgato animais e brigo por essa causa e venho pedindo muita ajuda a Deus. Falta de ração, falta de dinheiro para os animais que estão internados e, de repente, me deparo com uma quantia dessas. Mas pensei assim: não, Deus! Você só pode estar me testando. Ajuda é sempre bem-vinda, mas que venha de alguém. Dessa forma não”, contou emocionada.
O gesto, que deveria ser comum e corriqueiro chamou atenção. Então, Simone aproveitou e mandou o recado: “Quero que isso sirva de exemplo para outras pessoas. Cada um deve fazer sua parte. Se cada um fizer, o mundo tem jeito sim”, finaliza.