Matéria atualizada às 16h55
Após determinação do ministro do STF – Supremo Tribunal Federal – Alexandre de Moraes para desocupar em 24 horas os acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos, os manifestantes de Fernandópolis deixaram a ocupação em frente ao Tiro de Guerra da cidade na tarde de hoje, 09.
A desocupação aconteceu de forma pacífica, sem nenhum tipo de resistência sob vigilância de viaturas da Polícia Militar no comando do Capitão Ferrarez e representantes da Prefeitura Municipal.
A determinação do ministro foi publicada no início da madrugada desta segunda-feira, 09, após as invasões às sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal em Brasília na tarde deste domingo, 08.
REPERCUSSÃO
O prefeito André Pessuto, por meio de nota, comentou as invasões em Brasília. “Uma das cenas mais tristes já vistas na história brasileira. O direito à manifestação é válido, desde que ocorra de forma pacífica e democrática. Tivemos uma eleição e precisa ser respeitado o resultado. Esse fanatismo não é saudável em nenhuma democracia no mundo”, disse André, que durante as eleições não declarou apoio a nenhum dos candidatos à presidência.
O presidente da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – de Fernandópolis, Maurílio Saves, disse que repudia qualquer tipo de manifestação violenta. “Não concordamos com invasão de prédios de qualquer natureza. Atos de vandalismo são repugnantes, não importa de que lado esteja, seja de direita ou de esquerda. Vivemos num país democrático de direito, com observância a leis Constitucional ou infra constitucionais. Esperamos que a lei e a ordem impere em nosso país. Porém, não podemos esquecer que a nossa CONSTITUIÇÃO seja igualmente Cumprida, mantendo a liberdade de expressão e manifestação ordeira e pacífica”, declarou.
A presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores de Fernandópolis, Alcione Michele Castro Consoni, emitiu uma nota sobre o ocorrido. “Ontem o Brasil e o mundo assistiram as cenas mais horrendas de terrorismo que a história desse país já passou. Em nome de Liberdade, Deus, Pátria e Família os terroristas em seus atos antidemocráticos, destruíram o patrimônio que é da pátria! Enrolados no maior símbolo da nação, a bandeira do Brasil! O que aconteceu foi um atentado grave contra a democracia e o estado democrático de direito oriundo de lutas populares e direitos irrevogáveis. Caravanas com terroristas custeadas pela extrema direita foram até a capital nacional destruir os símbolos nacionais do povo, antidemocráticos de Fernandópolis estiveram presentes e postaram seus rostos como algo de orgulho. Mas na verdade mostraram sua fragilidade política e interesses que se sobrepõem a coletividade. A democracia sagrada em países como o Brasil, nada justifica tais atos. A vontade do povo deve ser soberana. E o povo não está dividido em dois times, mas sim, o povo é a junção de todos os times, de todas as raças, de todas as cores, de todas as religiões, de todos os gêneros, e classe social, a vontade da maioria e o sufrágio das urnas tem que ser prevalecidos. Esperamos que as autoridades de Fernandópolis acatem a determinação desmobilizar todo e qualquer ato antidemocrático como ainda vemos na frente do tiro de guerra de nossa cidade. Nós que defendemos a democracia nos solidarizamos com a total destruição de um patrimônio icônico, que é a capital do nosso país, Brasília. Tais atos só configuram o legado de um governo estéril, que incutiu a destruição das nossas riquezas de maneira escancarada. Que pagará por isso? Se não o próprio povo! O Partido dos Trabalhadores repudia veementemente todo e qualquer ato contra a democracia e o patrimônio público. A democracia há de vencer, mais uma vez”, finalizou.
Em nota, o presidente da Câmara de Fernandópolis, João Pedro Siqueira (PSDB), disse que é o momento de unir forças. “Passado às eleições e conclamado os resultados pela justiça eleitoral o candidato vitorioso, vejo que o atual momento deve ser de continuar defendendo a democracia, buscar unir o povo e os agentes políticos em prol do País e de todos os cidadãos, independente de opção política. O momento é sério e temos que ficar atentos e defender nossa Constituição, às Instituições e manter a ordem no país. Sou veementemente contra a desordem e o anarquismo, eleições acontecem de 4 em 4 anos na esfera Federal e o momento é de juntar forças e buscar tirar proveito de tudo o que o nosso país tem de bom num momento em que muitos países ainda tem problemas com a pandemia além da guerra. Finalizo lembrando que temos outros problemas a serem resolvidos como a fome, emprego e acima de tudo a união em busca de um projeto que fortaleça ainda mais a democracia e não aceitando de forma alguma qualquer ato que traga ruptura entre o povo brasileiro e seu sistema de governo”, completa.
