Faleceu na tarde desse sábado, 12, aos 83 anos de idade a senhora Ormy Sant'Anna Angeluci.
Ormy era conhecida por seu olhar talentoso na fotografia. Sempre muito ativa, a fotógrafa participava de diversas atividades na cidade, em especial no grupo da Unati - Universidade Aberta da Terceira Idade.
A causa da morte foi uma pneumonia. Ormy deixa os filhos Luiz, Paulo e Márcia, noras, genro e netos.
O velório acontece amanhã, 13, das 08 às 17h no Velório Municipal e, em seguida, o sepultamento.
A ARTISTA
Em 31 de maio de 2013, Ormy foi personagem de uma pauta no jornal CIDADÃO na série de entrevistas "Fernandópolis: uma cidade recheada de artistas". A matéria conta a história da artista e você pode conferir abaixo.
Existe uma idade ou uma época em especial para se entregar a arte? Muitos diriam que sim! Diriam que o dom artístico tem que ser lapidado desde a infância para que, então, se torne algo expendido ao ser humano. Mas não foi assim que aconteceu com a personagem da série “Fernandópolis: uma cidade recheada de artistas” desta semana, que o CIDADÃO teve o prazer de entrevistar.
Dona Ormy Sant Anna Angeluci gosta de contrariar expectativas. Depois de toda uma vida voltada para sua família, criação dos filhos e sendo a “governanta” da casa, como ela mesma se intitula, passou a fotografar profissionalmente quando seus familiares e marido acreditavam que sua devoção à arte não passaria de apenas mais um hobby dos tantos que dona Ormy já experimentou.
Mas a paixão pela fotografia está no sangue. A artista conta que, desde os 15 anos de idade, já cativava dentro de si a vontade por fotografar belos momentos e pessoas. Contudo, a época não era propícia para esta atividade para mulheres. Nos idos de 1960, a profissão de fotógrafo era quase exclusiva para homens. Seria difícil enfrentar a sociedade para realizar seu sonho. Mas como já dito, dona Ormy gosta de contrariar expectativas.
Quando completou 25 anos de casada, pediu como presente de “Bodas de Prata” uma jóia ao seu marido. Mas esta jóia não era feita de prata ou de qualquer outro material de grande valor monetário. O presente vinha carregado de valor sentimental. E foi aí que a artista ganhou sua primeira câmera potente o suficiente para realizar seus trabalhos.
A partir daí, foram várias exposições de sucesso, como a que realizou na Exposição Agropecuária de Fernandópolis em 1986, dois anos após começar no ramo de fotografias artísticas de pessoas. Além desta, várias outras em outros anos da “Expo”, como também na Meimei e Unati. Dona Ormy ressalta que aprendeu tudo naturalmente e que a maioria dos trabalhos que realizou fez de forma inconsciente, como se o dom já estivesse nela de alguma forma. Realizou poucos cursos, onde também aprendeu técnicas para se manter aperfeiçoando na área, mas, de fato, Dona Ormy nasceu para a fotografia.
Ela enfatiza que a fotografia não é feita apenas de técnica. Os brilhos, contraste, sombras e luzes são extremamente importantes para a confecção de uma obra. Mas não são tudo. É preciso ter sentimento na hora de fotografar. “É preciso enxergar o interior das pessoas para que a foto saia bonita. Aquele momento único, um olhar inesperado ou um gesto despretensioso fazem toda a diferença no resultado final. É preciso ser ousado ao bater o click”, diz dona Ormy.
A artista, desde 2009, não trabalha mais profissionalmente como fotografa. Mas quem pensa que dona Ormy parou de fotografar está enganado. Com sua câmera sempre por perto, ela está sempre atenta ao seu redor para congelar o tempo em um momento especial ou importante para ela.
Perfeccionista, em um caderno cheio de anotações e frases de artistas renomados, ela conseguiu sintetizar, após muitos rabiscos e correções, o que é a arte da fotografia para ela. Segundo dona Ormy, “a arte é o resultado daquela intensa paixão pela vida, que explode e nos leva ao poder de criar, transpondo, assim, a nossa sintonia com o universo”.