Ao lado da advogada Beatriz Rubio Custódio, o organizador da “1ª Parada da Diversidade”, Paulo Henrique Pedroso, protocolou essa semana na Câmara de Vereadores de Fernandópolis e no Plantão Policial uma denúncia por crime de homofobia contra o vereador Ailton José dos Santos, o Cabo Santos.
A denúncia tem como base um vídeo divulgado pelo vereador nas redes sociais. “Ele foi totalmente infeliz na fala dele. Acredito que, sendo uma pessoa pública que foi eleito para legislar para todos, ele deveria ter me ligado para responder as dúvidas, pois na Carta Aberta que protocolei na Câmara tinha meu e-mail e telefone. Em nenhum momento fui procurado pelo vereador”, disse Pedroso em entrevista ao programa Rotativa no Ar, da rádio Difusora FM.
No documento protocolado na delegacia e na Câmara, Paulo e sua advogada pontuaram possível crime de homofobia, discurso de ódio e fake news na fala do vereador no vídeo divulgado nas redes sociais. “Esse tipo de fala homofóbica, misógina, machista e de fake news, não é aceitável. Acho que, para você falar alguma coisa é preciso estar por dentro, se informar e ter propriedade daquilo que você vai falar. Nós vamos levar até as últimas consequências”.
Segundo o organizador do evento, a repercussão do vídeo nos grupos de mensagens e nos comentários na publicação nas redes sociais também deverão ser alvo de investigação da polícia. “Minha única preocupação é que o tipo de fala que ele usou abre brecha para a comunidade falar de coisas homofóbicas. Inclusive, os prints dos comentários do vídeo do vereador e grupos de Whatsapp também foram anexados ao processo e entregue a Polícia. Então, quem falou pode ficar atento que irá receber uma notificação”.
Sobre o impacto dessa polêmica na realização do evento, que acontece no próximo dia 18 de setembro, às 15h na Av. Raul Gonçalves Junior (Av. do Forum), esquina com a Rua Recife, o organizador revela que nem pagando conseguiria tamanha divulgação. “O evento vai acontecer. Em nenhum momento, quando protocolei a carta na Câmara eu pedi uma votação para saber se poderia acontecer ou não. Apenas comuniquei. Continuamos com o apoio institucional da Prefeitura e, se for preciso, acionamos o Ministério Público para garantir nosso direito constitucional. Ainda vou aproveitar o espaço para agradecer ao vereador pela visibilidade que deu ao evento, que a gente não conseguiria nem pagando”, agradeceu.
SESSÃO DA CÂMARA
Antes mesmo de protocolar a denúncia, na semana passada, Pedroso havia feito o pedido para uso da Tribuna Livre da Câmara Municipal para rebater as declarações de possível crime de homofobia cometidas pelo vereador Cabo Santos.
O documento deve ser lido na sessão de segunda-feira, 05, às 12h. A data para uso da Tribuna deve ser definida após a votação, dependendo da votação do plenário.