Antonio Rubens de Gênova mantém a tradição de escrever um poema para a cidade por 15 anos
O amor pela cidade de Fernandópolis fez despertar em Antonio Rubens de Gênova o dom poético que estava adormecido ao longo dos seus 69 anos de idade além da fé e a devoção à Santa Rita de Cássia. O professor de Geografia conta que essa devoção à santa e o amor incondicional a cidade fez com que ele mantivesse por mais de 15 anos consecutivos, o ato de escrever um poema para ler durante a missa do dia 22 de maio, data em que é comemorada o dia da padroeira e o aniversário de fundação de Fernandópolis.
A cada ano, um poema com uma temática diferente. Em 2020, falou do momento crítico pelo qual está passando a humanidade em virtude da pandemia do coronavírus. Na estrofe inicial, as expressões poéticas escolhidas e escritas pelo poeta Toninho retratam as mazelas vividas pela sociedade fernandopolense nos últimos meses.
“Eu coloco um momento vivido, uma coisa diferente. Esse ano foi sobre o coronavírus por causa da pandemia que estamos vivendo. É um momento histórico para o município e para a própria igreja porque todos os anos, há pessoas diferentes fazendo parte. Neste, foi tudo diferente”, Disse Toninho.
Apesar da habilidade com as palavras e dom poético, Toninho não se considera poeta. Para ele, seus poemas nada mais são do que reflexo do que ele sente ou observa em seu meio.
“Não tenho toda aquela técnica da poesia. Mas utilizo o que eu gosto, o que eu quero propor ou falar, então é mais com o coração do que com a técnica”, destacou.
Como um homem de fé e de sonhos, o poeta diz que o desejo de construir uma sociedade mais democrática está encravado em tudo o que ele faz. Seja como poeta ou como geógrafo, seus posicionamentos perante temas sociais relevantes e pertinentes deixa nítida essa aspiração.
“Como geógrafo, eu sonho com um mundo melhor. Já como poeta fernandopolense, eu sonho com uma cidade mais próspera, mais verdadeira, e acima de tudo, bastante democrática. Estamos caminhando para essa realidade. O país passa por uma série de dificuldades, mas eu acredito que o nosso povo ainda é bastante verdadeiro. Sabe o que faz, humilde, não perdeu a sua origem, a sua característica interiorana. Temos pessoas brilhantes em todos os sentidos. Não são valorizadas, mas são talentosas”, revelou.
Quando questionado sobre como ele define o que é poema, Toninho vai além e insere nesse contexto, outros valores fundamentais como a vida humana, as obras e as lembranças deixadas por alguém para as gerações futuras.
“O canto dos pássaros é uma poesia, o barulho do vento é uma poesia, assim como as batidas do coração. Quando a gente compõe poesia, a gente mostra vida. Quando as gerações futuras perceberem que a poesia é um sinônimo de viver, de sentir-se bem, vão escrever e produzir mais. Porque nós não somos eternos. Mas as vezes, as ações e as palavras permanecem. Os sonhos e tudo o que você compõe de qualidade para as próximas gerações”, definiu.
Entre a devoção religiosa e amor declarado à cidade, o poeta e professor Toninho torna percebível por meio de seus versos e de suas expressões poéticas os seus agradecimentos à Santa Rita de Cássia e a Fernandópolis, terra que o acolheu de braços abertos. Gratidão essa que ele tem registrado durante os últimos 15 anos ao escrever e recitar poemas para a santa e a terra amadas.
AUTORIA: Antonio Rubens Gênova
Supervisão de texto: Luís Henrique Catanozze