O vereador Julio César de Carvalho (PR), o Zarola, quer acabar com o emaranhado de fios que toma os postes da cidade. Como não pode gerar despesas, seu pedido foi por meio de uma indicação.
O tema foi destaque recente de CIDADÃO que abordou os riscos da expansão sem acompanhamento. À época, dona Noemia Faustino foi vítima dessa expansão descontrolada. Ela teve o pé ferido em cabo telefônico que estava no chão, no centro da cidade. Foi socorrida pelo Samu e levada até a UPA – Unidade de Pronto Atendimento – para retirada do cabo e receber vacina contra o tétano.
Zarola agora pede a implementação de estudos técnicos para migrar todos fios para uma instalação subterrânea.
Não há quem não ande pela cidade e não se incomode com fios e cabos pendurados nos postes. O emaranhado de fios incomoda e muito, porque polui o visual da cidade. Fios e cabos se misturam com risco de acidentes.
Dias atrás, o estacionamento da escola Cel. Francisco Arnaldo da Silva precisou ser interditado por conta de cabo que se soltou formando uma imensa “barriga” entre um poste e outro. Por toda a cidade é comum ver cabos pendurados, representando grave risco de acidentes.
“Está uma vergonha isso!!!, é cabo telefônico, é fibra de internet espalhado pelas avenidas sem contar o resto de material que as empresas abandonam pelas ruas da cidade”, comentou Eduardo Pavaneli nas redes sociais.
Diante do descontrole, municípios pelo Brasil estão adotando legislação própria para colocar ordem na casa.
Consultada por CIDADÃO, a Elektro concessionária de energia elétrica que atende a cidade, foi econômica nas explicações. Não respondeu todas as questões encaminhadas e resumiu o assunto em poucas linhas.
“As operadoras são autorizadas a utilizar a infraestrutura, somente mediante de projeto aprovado e contrato assinado entre as partes”, diz a Elektro na nota. Acrescenta ainda que as restrições a utilização dos postes estão contidas em Resolução Normativa 797 de 12/12/2017 da Aneel – Agencia Nacional de Energia Elétrica – que, entre outras coisas, diz que “ o compartilhamento de infraestrutura não deve comprometer a segurança de pessoas e instalações, os níveis de qualidade e a continuidade da prestação dos serviços outorgados e o detentor deve zelar para que o compartilhamento de infraestrutura se mantenha regular às normas técnicas e regulamentares aplicáveis”.
Não é o que vê pelas ruas da cidade. A Elektro confirma ainda na nota, que já notificou alguma das empresas que utilizam os postes, após fiscalizações realizadas pela área técnica. O Ouvidor do Município, Edmar de Oliveira, confirmou ao CIDADÃO que tem recebido reclamações a respeito.
Em nota, citou que “em 2017, através da Ouvidoria Publica Municipal, a prefeitura notificou a Elektro para as devidas providências sobre o assunto, pois na época eram inúmeras reclamações e registros de casos.de fios e cabos soltos nas ruas da cidade”. De acordo com Oliveira, em Fernandópolis são 13 empresas que locam os postes para explorarem telefonia, tv a cabo e internet em toda cidade e que na Ouvidoria são registradas anualmente mais de 30 reclamações, que são repassadas para a responsável Elektro.