A FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis – iniciará uma nova etapa, a partir de terça-feira, 1. Depois de cinco anos de intervenção judicial, o juiz da 1ª Vara Criminal de Fernandópolis Arnaldo Luiz Zasso Valderrama, autorizou a eleição de uma nova diretoria para instituição que, a partir de 1º de outubro, será comandada por Ocimar Antonio de Castro.
Ocimar é funcionário de carreira da instituição. Começou como professor em 1996, depois galgou a coordenação do curso de Farmácia e por fim a diretoria acadêmica, cargo que ocupará até segunda-feira, 30, quando deixará o posto para assumir a presidência.
“Fico feliz em representar os docentes e colaboradores da Fundação de forma que eles sintam como se também estivessem na presidência. Mesmo em meio a todas as dificuldades cada um deles fez o possível e o impossível para que não ficássemos um único dia sem aula. Eles merecem toda nossa admiração e respeito”, disse o novo presidente.
A escolha de Ocimar passou por dois processos eleitorais. Primeiro ele foi escolhido dentre os docentes que o indicaram para disputar a eleição à presidência. Já na disputa dentro do Conselho Curador, o funcionário de carreira foi escolhido com 70% dos votos.
“Esses cinco anos de intervenção judicial foram fundamentais para equacionar os problemas, resolver a gente não consegue em tão pouco tempo, mas eles conseguiram organizar de forma adequada o setor administrativo e financeiro, com mecanismos de controle para que isso nunca mais aconteça. Agora vamos trabalhar para que as próximas manchetes da FEF na imprensa sejam apenas positivas”, concluiu Ocimar.
A INTERVENÇÃO
Mais de cinco anos se passaram desde que a FEF recebeu em suas dependências uma força tarefa da Polícia Federal, com o objetivo de apurar a suposta existência de bolsas fantasmas em programas governamentais como o “Escola da Família”, do governo do Estado e “FIES”, do governo Federal.
De lá para cá, a instituição genuinamente fernandopolense, fundada por pessoas apaixonadas por essa cidade, e geradora de centenas de empregos, além de responsável por boa parte da economia local, foi virada do avesso. Fraudes e falcatruas milionárias foram descobertas, dirigentes e conselheiros afastados, alguns até presos e a justiça teve que intervir para evitar que acontecesse o que parecia inevitável: o fechamento da instituição .
A referida intervenção judicial colocou no caminho e também na história da Fundação o nome Titosi Uehara, que, acompanhado de Antônio Carlos Cantarela, José Poli e Antônio Batista Cézar, recebeu a missão de tentar colocá-la de volta aos trilhos. O que poderiam fazer foi feito. Por conta de seus compromissos pessoais e profissionais, Titosi e seus companheiros “repassaram” essa responsabilidade para o empresário e advogado Fábio Fernandes, ex-gerente e auditor regional do Banco Banespa/Satander 11 meses depois.
Desde então, Fábio, já conhecido por gostar de desafios, encarou talvez o maior de todos eles, o de administrar uma instituição com mais de R$ 100 milhões em dívidas. Foram anos difíceis, mas ele e sua equipe conseguiram equacionar o quadro que parecia irreversível, de forma que a justiça entendeu que já era possível devolver a administração da FEF à sociedade civil.