Mãe e filha se reencontram depois de 32 anos graças a anúncio no rádio

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

Mãe e filha se reencontram depois de 32 anos graças a anúncio no rádio

Eram exatamente 10h31, na quarta-feira, 11, quando do novo Terminal Rodoviário de Fernandópolis, dona Elizabete Alves Cavalcante viu um ônibus vindo de São José do Rio Preto passar pela avenida Ângelo Del Grossi. Sua feição mudou na hora, os olhos encheram d’água, suas mãos tremiam e um lindo sorriso tomou conta de seus lábios.  

Sua primeira reação foi correr, correr para a plataforma três, onde desembarcaria Marcele Gisele da Costa Souza, a filha que lhe foi tirada quando tinha apenas 1,4 anos e procurava desesperadamente há 32 anos. A emoção desse reencontro é indescritível, por isso CIDADÃO postou um vídeo com o exato momento em que mãe e filha se abraçam pela primeira vez depois de tantos anos, em sua página oficial no Facebook. 
A SEPARAÇÃO 
Elizabete é portadora de uma leve deficiência intelectual, e Marcele e sua irmã Érica Fabiana lhe foram tiradas ainda muito pequenas. As duas foram criadas por famílias adotivas. A separação aconteceu quando ela morava em Santa Fé do Sul e desde então ela nunca mais teve nem notícia das filhas. “Foi o dia mais triste da minha vida. Desculpa, não quero lembrar disso”, disse Elisabete. 
Pouco tempo depois ela se mudou para Fernandópolis, onde vive há 27 anos, e se casou com José Temponi, com quem vive até hoje. Juntos e com a ajuda da filha de seu José, Sônia Temponi, eles procuraram as filhas de Elisabete de todas as formas possíveis, mas nunca encontraram sequer uma pista. 
ESPERANÇA  
Quando Elisabete já quase não tinha mais esperanças, um chamado pelo rádio acelerou seu coração. Ela lavava roupas e, como de costume, deixou o rádio ligado, baixinho, sintonizado nos 1160 Mhz da Rádio Difusora AM. Do outro lado, um dos apresentadores do programa, Claudemir Cabreira, lia um aviso de utilidade pública. 
“Marcele Gisele da Costa Souza, que mora em São José do Rio Preto, está procurando sua mãe biológica, Elisabete Alves Cavalcante da Silva. Quem tiver alguma informação ligar no 98800XXXX”, dizia o aviso. 
Como o volume do rádio estava baixo, Elisabete entendeu apenas que alguém a estava procurando e pediu para sua enteada, Sônia, que ligasse na emissora para saber do que se tratava o aviso. 
“Liguei na rádio e a secretária me disse que era a filha quem estava procurando a Elisabete. Quando contei, pensei que ela iria ter um infarto de tanta alegria. Então pegamos o telefone do anúncio e ligamos, foi muito emocionante”, contou Sônia. 
A FILHA 
Marcele também procurava a mãe biológica há anos e nessa busca encontrou a irmã, Érica, que mora no Mato Grosso. Há três anos elas se reencontraram, e desde então mantém contato diário pelas redes sociais, mas as duas ainda não tinham encontrado notícias do paradeiro da mãe. 
 “Tentamos de todas as formas possíveis, até que descobri que ela poderia estar em Fernandópolis. Tentei então pelas redes sociais, Polícia, CRAS, CREAS, entidades, mas ninguém conseguia me informar nada sobre ela, até que decidi ligar na rádio e foi por lá que finalmente consegui reencontrar minha mãe”, contou Marcele. 
TEMPO JUNTAS 
Depois do emocionante reencontro de mãe e filha as duas foram para casa de Elisabete, um imóvel simples, porém aconchegante na Brasilândia. Lá elas almoçaram juntas pela primeira vez. Hoje, 14, deve desembarcar também em Fernandópolis sua outra filha Érica Fabiana e elas enfim terão um fim de semana em família. 
“Recebi muito carinho, muita atenção dela. Não tenho nem como falar da minha alegria. Vocês da rádio foram anjos na minha vida. Encontrei minha mãe e agora vou cuidar dela”, disse Marcele. 
Atônita, Elisabete não consegue tirar o sorriso do rosto e disse que agora sua vida está completa. “Sei nem o que dizer. Só tenho que agradecer ao pessoal da rádio por ter trazido minhas filhas de volta. Minha alegria nem cabe no meu peito”, concluiu.