“Sem ajuda da população, não há controle da Leishmaniose”, alerta veterinário

20 de Agosto de 2025

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“Sem ajuda da população, não há controle da Leishmaniose”, alerta veterinário

Dengue, Sarampo e Leishmaniose. Os fernandopolenses têm motivos de sobra para andar preocupado com a saúde. Cerca de 4 mil pessoas foram contaminadas pela Dengue este ano. O sarampo já tem 25 casos confirmados e mais 20 em investigação. A Leishmaniose já contaminou 4 pessoas este ano, uma delas correu risco de morte com vários dias internada na UTI da Santa Casa.

Neste caso da Leishmaniose, as maiores vítimas são os cães. Números divulgados esta semana pelo veterinário do CCZ – Centro de Controle de Zoonoses –, Mileno Tonissi, mostra o tamanho do problema que a cidade enfrenta: 225 cães com teste positivo e 134 que foram sacrificados no período de janeiro a junho (veja quadro). Esse número está próximo do número de casos registrados durante o ano inteiro de 2018 e já ultrapassou os números de 2017. 
Embora já exista tratamento disponível no mercado para evitar o sacrifício do animal, a eutanásia ainda é a recomendação do Ministério da Saúde. Tonissi lembra que a medicação disponível não cura o animal, mas reduz a carga parasitária, impedindo que ele transmita a doença. 
Para o veterinário, “infelizmente a situação é alarmante. O cão é o coitado da história. Ele é vítima do mosquito palha que transmite a doença para o animal e para o ser humano”. 
Segundo Mileno, os casos de leishmaniose hoje estão espalhados por todos os bairros da cidade. “No início, os casos estavam concentrados nos bairros próximos à ferrovia. Hoje espalharam e estão em toda a cidade”, lamenta.
Por isso ele recomenda à população que leve o animal para realizar o teste rápido para a doença que é gratuito. “Em 15 minutos sai o resultado”, explica. Se der positivo, o sangue do animal é enviado para o teste confirmatório Elisa. Mileno lembrou que todos os animais castrados no CCZ já passam pelo teste para leishmaniose. 
O controle da doença, a exemplo da dengue, passa pelo controle do mosquito, no caso o palha que prolifera em quintais sujos, com material orgânico em decomposição, em galinheiros mantidos pelas pessoas. “Sem ajuda da população, não há controle da leishmaniose”, diz o veterinário. Ele recomenda quintais limpos e quem tem galinheiro em casa que faça assepsia diariamente e dedetize o local. 
Além dessas providências, Mileno orienta que a população também utilize a coleira repelente no cão à base de Deltametrina a 4%. Em algumas cidades do Estado, já estão sendo utilizadas vacinas contra a doença, aplicadas somente em animais sadios.