O novo comandante da Sabesp

20 de Agosto de 2025

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O novo comandante da Sabesp

Tomou posse no mês passado no posto de Gerente de Divisão da Sabesp em Fernandópolis, o engenheiro civil André Lobanco Cavalini, 43 anos. Ele substitui Antônio Carlos de Oliveira que se aposentou. O novo gerente da Sabesp em Fernandópolis nem havia nascido quando a Sabesp chegou em Fernandópolis em setembro de 1975 para resolver o problema de abastecimento de água. A empresa vai completar 44 anos com Fernandópolis integrando o seleto grupo de cidades brasileiras com 100% no abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto. Cavalini veio transferido da Superintendência da Sabesp em Lins há três anos e meio. Nesse meio tempo, ocupou o posto de gerente do setor técnico, preparando uma passagem tranquila no comando da Gerência de Divisão da Sabesp em Fernandópolis que agrega outras 17 cidades da região. Sobre o antecessor, Antônio Carlos de Oliveira, ele não economizou elogios. “Um grande líder e que me auxiliou muito desde a chegada em Fernandópolis o que garantiu uma passagem de comando tranquila”. Cavalini conversou com CIDADÃO. Veja a entrevista: 


O senhor está assumindo a Gerência de Divisão da Sabesp em Fernandópolis. Qual a expectativa?
Vamos tentar fazer o melhor possível. Estamos sucedendo dois grandes técnicos que a Sabesp teve aqui no comando, o Luiz Paulo de Almeida Neto e Antônio Carlos Oliveira, ambos já saíram aposentados da empresa. Vamos seguir essa mesma linha e manter o trabalho e enquanto estivermos aqui como gerente de Divisão fazer o melhor possível para a cidade e região.
Desde que chegou a Fernandópolis você respondia pela área técnica?
Sim, ocupei o posto de gerente do setor técnico durante três anos e meio.
Então você conhece e muito bem a estrutura de saneamento de Fernandópolis. Quais são os desafios que tem pela frente sob sua gestão?
Nós temos algumas demandas em andamento, precisamos finalizar esses projetos. A primeira grande demanda é o Poção V no aquífero Guarani que foi perfurado no Jardim Universitário que vai dar o suporte para o crescimento da cidade. É uma cidade com uma grande pujança e temos que estar preparado para esse desenvolvimento. A quantidade de loteamento que sai em Fernandópolis, com crise econômica ou não, é bonito de se ver a cidade nesta expansão. Para qualquer lado que se olha, a gente vê um desenvolvimento latente acontecendo nos quatro cantos da cidade. Esses são os desafios, ter o saneamento como foco. A população exige isso, quer um atendimento de qualidade. O que notamos em Fernandópolis, diferente de outras cidades, é que a população cobra o tratamento de esgoto. 
O poção V, já perfurado pela Sabesp, deve entrar em operação a partir de quando?
Agora no segundo semestre do ano. Tivemos alguns problemas no desenrolar do projeto de perfuração do poço. Mas, acreditamos que até o final do ano estaremos incorporando esse poção no sistema de abastecimento da cidade.
Com esse poção entrando em operação, o sistema se garante por mais quanto tempo?
Acredito que por mais sete anos com tranquilidade, já projetando esse desenvolvimento da cidade com a expansão de novos bairros. 
Os poções mais antigos, na questão técnica, como estão?
Estão operando naquilo que foi determinado desde o projeto na sua faixa de aproveitamento. O que acontece é que temos utilizado esses poções muitas horas durante o dia. A tendência agora, com o Poção V entrando em operação, que a gente consiga diminuir as horas de operação, dando um descanso para não exaurir esses poços. 
No olhar da Sabesp, qual foco ter mais atenção?
O principal foco do nosso trabalho é garantir água de qualidade à população. Também executar o tratamento de esgoto. Temos as duas lagoas de tratamento e já iniciamos a limpeza da primeira lagoa de tratamento de esgoto (que entrou em operação na década de 90) que é a da bacia da ribeirão Santa Rita. Ela passou pela primeira limpeza e ganhou uma sobrevida para atender a demanda de coleta de esgoto com vistas aos novos loteamentos que estão sendo implantados na cidade e que estão entrando na malha de atendimento da Sabesp.
Esse processo garante tempo para se pensar em nova lagoa de tratamento?
Sim, já tem estudos feitos na cidade para uma lagoa de tratamento na bacia do São José dos Dourados. A ferrovia que sempre foi um obstáculo para o crescimento da cidade na região sul, logo deixará de ser. Tem loteamento projetado para além da ferrovia e já estamos projetando a quarta estação de tratamento para a cidade, porque a terceira, é do Distrito de Brasitânia, que também renovamos os ativos. Tinha uma fossa filtro e agora foi feito um novo tratamento, com uma lagoa de estabilização e valas de infiltração devido o córrego na área não dar vazão suficiente. Então já estamos projetando o quarto sistema de tratamento de esgoto em Fernandópolis, incluindo o do Distrito de Brasitânia.
O índice nacional saneamento divulgado recentemente apontou que a cidade não tem 100% de coleta de esgoto e você não gostou muito disso?
A gente entende os índices, sabendo que nem todos usam as mesmas ferramentas. A gente tem uma ferramenta no nosso sistema onde são contempladas as ligações de água com o que temos de ligações de esgoto. Temos muitas praças, muitas ligações de água na cidade que é apenas a água. Veja, por exemplo, temos ponto de água no canteiro central da Avenida Expedicionários Brasileiros. Não preciso deixar ali uma ligação de esgoto e cobrar. São números discrepantes. Há uma diferença de 240 ligações em relação as ligações de esgoto. É essa diferença que aparece no índice, mas Fernandópolis tem coleta de 100% do esgoto. 
Fernandópolis é uma gerência de Divisão responsável por 17 cidades na região. Como está a situação?
Os desafios são grandes, mas a Sabesp está muito bem posicionada nesta região nas 17 cidades que é responsabilidade da Divisional de Fernandópolis. Cada cidade tem sua característica, mas todas estão bem servidas, sem problemas no abastecimento de água. Não temos histórico de falta d´água.
Toda água que abastece Fernandópolis vem do Aquífero Guarani. Isso dá tranquilidade ou já é precisa se pensar em outra fonte de abastecimento para o futuro?
Acredito que podemos ficar bem tranquilo em relação a isso. Há um rebaixamento do lençol que ocorre não apenas em Fernandópolis, mas em todos os locais que faz a exploração de água. O que precisa é fazer o uso racional e consciente e isso passa pelo controle de perda que é o nosso carro chefe, ou seja, retirar e entregar a água de qualidade para a população e na quantidade correta. Não podemos desperdiçar um recurso natural tão nobre quanto esse.
O fernandopolense é consciente no sentido de não desperdiçar água?
Estamos muito bem neste sentido. Hoje estamos com uma perda de água instantânea na casa dos 75, 78 litros ramal. Isso é recorde nacional, excelente aproveitamento. Aqui se utiliza a água com consciência. A gente recebe diversas denúncias quando se vê alguém desperdiçando água. Isso mostra que existe um nível de consciência muito bom em relação ao consumo da água.