Os novos dados divulgados recentemente pelo Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, em parceria com a OIT -Organização Internacional do Trabalho, revelam dados positivos para Fernandópolis: a cidade fechou o ano de 2018 sem registro de morte por acidente de trabalho e viu cair também o número de acidentes com afastamentos.
No ranking estadual, Fernandópolis é a 100ª cidade em acidentes entre 645 municípios, enquanto no ranking nacional ocupa a 285º, de 5.570 cidades. Em 2018, foram notificados 377 acidentes no município, contra 387 em 2017, queda de 2,5%.
Na série histórica do Observatório, desde 2002, o acumulado em acidentes de trabalho em Fernandópolis chega a 6.392 casos. Já nos casos de mortes por acidentes de trabalho, a pesquisa traz um retrato menor, que abrange o período entre 2012 a 2018, onde o relatório aponta a ocorrência de 7 óbitos. Em 2018, não houve registro oficial de morte por acidente de trabalho na cidade.
O relatório aponta ainda que a faixa etária mais suscetível a sofrer acidentes é dos 18 a 24 anos, com 556 casos, 424 pessoas do sexo masculino e 132 do sexo feminino. Conforme avança a faixa etária, o número vai caindo. Outro dado, é relativo a acidentes envolvendo adolescentes. Entre 2012 e 2018 foram 22 casos registrados.
O Observatório alerta para a subnotificação de casos de acidentes de trabalho. Segundo o relatório, 15,6% dos casos em Fernandópolis não foram notificados. “É uma estimativa de subnotificação para acidentes de trabalho que resultaram em afastamento previdenciário. Em razão da inexistência de outra métrica para os casos em que não há afastamento do trabalho, esta é, por aproximação, a melhor forma de estimar subnotificações”, destacou o relatório.
Os afastamentos tem alto custo previdenciário. Só no ano passado esse custo em Fernandópolis chegou a R$ 485 mil. O montante acumulado desde 2012 chega a R$ 7,1 milhões. As despesas com aposentadorias por invalidez foram de R$ 2,4 milhão em 2018 e o acumulado no período de 2012 a 2018 atinge R$ 13,5 milhões. As pensões por mortes no trabalho totalizaram R$ 8 milhões neste mesmo período.
Entre os setores que mais registram acidentes aparecem, pela ordem: atendimento hospitalar com 12%, fabricação de álcool com 10%, frigorifico com 7% e comércio de material de construção com 5%dos casos.
Segundo o observatório, foram registrados 4,5 milhões de acidentes e doenças que vitimaram trabalhadores e trabalhadoras no Brasil, com um gasto previdenciário de aproximadamente R$ 80 bilhões somente com despesas acidentárias e cerca de 350 milhões de dias de trabalho perdidos.
