Os pombos costumam ser vistos com frequência nas cidades e muitas vezes até contam com alguma simpatia de parte da população. Quem não se lembra do “pombo da paz” ou de pessoas tirando fotos em meio a uma revoada de pombos.
Mas, essas aves estão causando problemas e representam um perigo para a saúde e o problema já é tratado como “praga urbana”. Para tentar controlar o aumento da população de pombos na cidade, o prefeito André Pessuto sancionou lei aprovada pela Câmara que inclui os pombos na Lei de Controle de Zoonoses.
O novo artigo incluído à lei é o 39-A que diz: “É proibido alimentar e/ou manter abrigo para alojamento de pombos urbanos (Columba livia – variedade doméstica) no Município de Fernandópolis/SP”. O artigo é reforçado por dois parágrafos: o 1º estabelece que “é proibida a comercialização de alimentos para pombos nas vias e logradouros públicos do Município”, e o segundo estabelece que “os proprietários de imóveis com infestação de pombos deverão providenciar redes e/ou outros obstáculos visando dificultar o seu pouso e nidificação (que significa a ação de alguma espécie de animal construir seu ninho)”
O veterinário do Centro de Controle de Zoonoses, Mileno Tonissi explica que é comum pessoas alimentando as aves pelas cidade. “Tem gente que compra quirela de milho para tratar dos pombos e com isso eles vão encontrando as condições de habitat na cidade, causando problemas de saúde pública”.
O problema é antigo. Em 2015, a Vigilância Sanitária chegou a interditar quadra da Escola Municipal “Cel Francisco Arnaldo da Silva” para evitar que estudantes e funcionários ficassem expostos ao risco de contaminação devido às fezes de diversos pombos que infestavam o local. Atualmente, a Escola Municipal José Gaspar Ruas enfrenta o problema em sua quadra esportiva. “Estamos com problemas com pombos até no Velório Municipal”, explica Tonissi.
A multiplicação dos pombos é geométrica. Especialistas apontam que é comum uma pomba colocar dois ovos na reprodução e durante o ano isso acontece em média seis vezes, isso quer dizer que uma fêmea coloca doze filhotes durante o ano. Os piores períodos de reprodução são a primavera e o verão.
As fezes são a parte mais visível do problema, principalmente onde elas escolhem pernoitar. Já em relação ao ser humano, são 57 doenças que os pombos podem proporcionar, principalmente por meio das fezes. CIDADÃO listou as cinco principais doenças causadas pelos pombos (veja no quadro).
Afastar os pombos da área urbana é um dos objetivos da mudança na Lei de Zoonoses. Sem alimento na área urbana, a tendência do pombo é se afastar da área urbana. Por isso, a nova regra inclui multa que pode variar de metade de uma URM – Unidade de Referência Municipal – até 150% acima do valor. Uma URM está valendo R$ 274,26. Isso significa que uma multa leve pode ser de R$ 137,13 e as mais graves pode ser de 100% em cima da URM (R$ 548) ou de 150% (R$ 685). A ação deve ser acompanhada de ação educativa para conscientização da população sobre o problema.
Para manter os pombos afastados é indicado o uso de repelentes industriais próprios para esta finalidade, e ainda o uso de telas para evitar que eles se alojem nos espaços vagos dos imóveis. O extermínio não é recomendado.
É importante lembrar que existem 300 espécies diferentes de pombos. No caso, a lei trata da Columba livia, que é uma variedade doméstica.