Seis em cada 10 veículos, entre carros, caminhões, ônibus, que rodam pelas ruas de Fernandópolis tem mais de 10 anos de idade. É o que revela dados de estatística do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, que neste mês lançou a campanha “Maio Amarelo” por um trânsito mais seguro e humano com o slogan “No Trânsito, o sentido é a vida”.
A quantidade de veículos em circulação na malha viária da cidade não representa apenas um problema grave na mobilidade urbana, principalmente em função dos acidentes e mortes registradas anualmente.
Tantos veículos nas ruas, a maioria, 66% com mais de 10 de anos de fabricação, faz aflorar outro problema que fica ainda mais grave nesta época do ano.
Com a chegada do inverno, a escassez de chuva associada às queimadas ambientais e a fumaça expelida pelos escapamentos dos veículos que circulam em Fernandópolis contribuem para um ambiente prejudicial à saúde humana. Quem tem problema de alergia respiratória sofre ainda mais nesta época do ano.
Levantamento feito pelo CIDADÃO no site do Denatran aponta que apenas um terço da frota de 59,4 mil veículos (número de fevereiro) que circula pelas ruas da cidade foi fabricada depois de 2010, ou seja, tem menos de 10 anos de rodagem. Os outros dois terços foram fabricados entre 1900 a 2009
A estatística do Denatran aponta que estão registrados em Fernandópolis 16 carros fabricados entre 1900 a 1959. Até 2009 (veja quadro), o total de veículos circulando na cidade chega a 39,5 mil. Na faixa de 10 anos, estão rodando na cidade 20,1mil veículos.
A fumaça que sai dos escapamentos dos veículos faz aumentar a quantidade de partículas poluentes no meio ambiente. Os veículos movido à diesel são os que mais contribuem para a poluição. A “fumaça preta” que sai dos escapamentos contém derivados de enxofre e monóxido de carbono, que são muito tóxicos. Em Fernandópolis, a quantidade de caminhões, caminhonetes, utilitários e ônibus movidos a diesel somam 4,3 mil.
Além da frota antiga, um terço dos veículos que circulam pela cidade, ou seja, 28,7mil são movidos a gasolina, 19 mil são flex (etanol/gasolina) e 4,2 mil rodam só com etanol
A frota mais nova, com menos de 10 anos, de 2009 até agora, não chega a 20 mil veículos.
A queima de combustíveis fósseis produz material particulado 10 (partículas inaláveis) e 2,5 (partículas inaláveis finas). Segundo a Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, os primeiros podem ficar retidos na parte superior do sistema respiratório ou penetrar mais profundamente, alcançando os alvéolos pulmonares. Já as menores penetram profundamente no sistema respiratório.
Resultado: Tem mais tosse, mais rinite, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e uma procura maior de atendimentos de emergência em função disso. A poluição também aumenta a chance de ter doenças crônicas como problemas cardíacos, de circulação e até câncer.