Fernandópolis está enfrentando a pior epidemia de dengue de sua história. Os números divulgados nesta sexta-feira, 26, pela Secretaria de Saúde, via Secretaria de Comunicação, mostram que entre janeiro e abril, 3.173 fernandopolenses foram contaminados pela doença. Esses são os casos que chegaram ao sistema público de saúde de Fernandópolis. A própria Saúde admite que o número de pessoas que contraíram dengue na cidade seja ainda maior.
Como o ano epidemiológico é contado de julho de 2018 a junho de 2019 é acrescentado ao total de casos registrados neste ano, mais 65 casos do segundo semestre do ano passado, elevando o total de doentes na cidade para 3.238.
O Ministério Público Federal de Jales enviou uma série de questionamentos a 22 cidades da região, entre elas, Fernandópolis sobre a epidemia de dengue. A Procuradoria da República está lembrando que, até quando o deslize é dos moradores, a responsabilidade é do poder público.
“Nós estamos fiscalizando para punir as pessoas que não tomam conta dos seus terrenos e quintais, e também para verificar o que as cidades estão fazendo para diminuir o risco de contrair a doença”, diz o procurador José Rubens Plates.
Entre as 22 cidades, a que mais preocupa é Fernandópolis. Além dos 3,2 mil casos registrados a cidade teve uma morte confirmada por causa da doença. A morte em Fernandópolis foi confirmada no início de março, a vítima foi uma idosa de 69 anos.
Governo vai pagar agentes no combate ao Aedes
Na tentativa de conter o avanço da dengue, que já causou 60 mortes este ano no Estado de São Paulo, a Secretaria da Saúde vai pagar extras a cerca de mil agentes das prefeituras que se dispuserem a trabalhar aos sábados no combate ao mosquito Aedes aegypti.
A remuneração será de R$ 120 por dia de trabalho. Serão atendidos de imediato 50 municípios com incidência superior a 300 casos de dengue por 100 mil habitantes e com tendência de aumento. A maioria das cidades fica nas regiões noroeste e norte do Estado. Fernandópolis, por exemplo, enfrenta sua pior epidemia de dengue e já registrou uma morte.
Além da dengue, o Aedes transmite zika e chikungunya, sendo ainda potencial transmissor da febre amarela. A pasta vai usar, de início, R$ 238,5 mil do Fundo Estadual de Saúde para pagar as diárias.
As prefeituras terão de assinar termo de adesão e garantir que os agentes trabalhem ao menos dois sábados por mês. Eles terão de fazer visitas domiciliares para eliminar criadouros do mosquito e mobilizar a população nessas ações, elaborando relatórios das atividades. A Secretaria fornecerá orientação e apoio técnico.
As cidades atendidas ficam nas regiões de Araçatuba, Araraquara, Franca, Bauru, Barretos, São José do Rio Preto, Marília e Presidente Prudente.