Um dia depois de a Secretaria Estadual de Segurança Pública divulgar a estatística dos principais crimes registrados no mês de janeiro, Fernandópolis voltou a registrar um homicídio. O morador de rua agredido no final de semana na Praça Santa Helena, onde está o Teatro Municipal, morreu na terça-feira, 26.
Esse crime quebra marca histórica da cidade. Fernandópolis não registrava um homicídio doloso (com intenção de matar) há 794 dias. O último caso, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública, ocorreu em dezembro de 2016, na véspera de Natal.
No caso de homicídio culposo (quando a pessoa não tem intenção de matar, mas assume o risco) a marca é ainda mais expressiva, já que o último caso na estatística data de junho de 2015, ou seja, 1.337 dias. Essas marcas referem-se a estatística da Secretaria Estadual de Segurança Pública a partir de 2001.
O crime da Praça do Teatro, inicialmente foi tratado como lesão corporal dolosa. A vítima Sidney Aparecido Correia, de 54 anos, chegou a ser socorrida à Santa Casa, onde ficou internado na UTI até terça-feira, quando foi confirmada o óbito. Ele teve traumatismo craniano.
O agressor foi preso na segunda-feira, após investigação da DIG - Delegacia de Investigações Gerais - de Fernandópolis. Heitor Neves, 49 anos, confessou que agrediu o morador de rua. Ele contou à polícia que bateu com a cabeça da vítima várias vezes ao chão, provocando traumatismo craniano.
O excesso de cachaça teria sido a motivação do crime que deixou Sidney Aparecido Correia internado em estado gravíssimo na UTI da Santa Casa de Fernandópolis. A DIG investiga a participação de um segundo elemento. Na conclusão do inquérito o delegado José Hamilton deve decidir o indiciamento, doloso ou culposo.
Se a cidade não registrava nenhum homicídio nos últimos anos, de outra parte viu a estatística ganhar outros tipos de crimes, entre eles, o de latrocínio, roubo seguido de morte. Foram 3 casos; um em janeiro de 2017, que teve como vítima Célio Busato Jr da Padaria Popular; e dois em 2018, que vitimaram Evanildo Pagliuso, conhecido como Alemão, e o taxista Gabriel dos Santos. Os casos envolvendo o comerciante Célio Busato e o taxista Gabriel dos Santos foram esclarecidos e os acusados, todos condenados. Já o caso envolvendo Alemão continua em investigação mantida sob sigilo pela Polícia. O caso é tratado como latrocínio porque a caminhonete da vítima foi roubada e incendiada em uma estrada rural que liga a Meridiano.
A estatística de ocorrência divulgada pela Secretaria da Segurança Pública referente ao primeiro mês do ano, apontou que Fernandópolis registrou 150 ocorrências. O levantamento mostra aumento de furtos no primeiro mês do ano, 63 contra 41 em janeiro do ano passado (veja no quadro as principais ocorrências do mês e os números de registros de 2016 a 2018).
OPERAÇÃO SÃO FRANCISCO
A Polícia Civil de Fernandópolis mobilizou 141 policiais e 34 viaturas em uma mega operação contra o tráfico de drogas. A operação, batizada de “São Francisco” em referência ao conjunto habitacional na zona norte da cidade, ao lado do Jardim Ipanema, cumpriu de 20 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão expedido pela Justiça. Dezoito pessoas foram presas. O foco da operação foi a desarticulação de uma quadrilha de distribuição de drogas que agia na cidade e região.
A operação, resultado de investigação de sete meses iniciada pela Dise - Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Fernandópolis -, que mirou especialmente envolvidos com o tráfico e fornecedores de drogas e se estendeu também para as cidades de Macedônia, Rio Preto, Votuporanga e Santa Fé do Sul.
De acordo com o delegado Ademir Gasques, a organização criminosa aliciava menores, um deles apreendido em dezembro com 10 quilos de maconha na Rodoviária da cidade.
Em outra ação na semana, a Polícia Militar durante patrulhamento da Força Tática apreendeu 2,8 quilos de maconha em poder A.A.C. Ele dirigia um Monza e tentou fuga, mas acabou preso. A namorada que estava com ele no carro acabou sendo ouvida como testemunha. Ele foi indiciado por tráfico.