Pela rede ele é acompanhado por uma verdadeira legião. Já chegou a ter mais de 50 mil seguidores no Instagram – antes de ser hackeado -, e outros milhares no Facebook, dentre eles vários artistas de renome nacional e internacional. Mas para Charles Criador, como é conhecido, essa nunca foi a intenção. O objetivo nunca foi ser um influencer digital e sim levar a palavra de Deus de uma forma diferente, o que tem sido alcançado.
Charles Lopes dos Santos é natural de Manaus, no Amazonas. É o mais novo de quatro irmãos e cresceu em meio a um lar conturbado. Seu pai bebia muito e acabava espancando sua mãe, até que quando ele completou 15 anos de idade os dois se separaram. Os irmãos mais velhos seguiram seus rumos e Charles foi morar com a mãe no zona urbana de Manaus.
Um ano depois, sua mãe se casou novamente e o padrasto não o queria em casa, então ele acabou indo morar sozinho. Foi quando ele começou a beber e a usar drogas. Aos 17 anos tentou suicídio e foi aí que iniciou sua salvação.
“Eu tinha na minha cabeça que a separação dos meus pais tinha sido por minha culpa e a cena de minha mãe sendo espancada não saia da minha cabeça. Quando me vi sozinho esse sentimento ficou ainda mais forte, pois nem o novo namorado da minha mãe queria que eu vivesse com ela mais. No dia do meu aniversário de 18 anos eu estava bêbado e tentei me jogar na frente de um carro, mas uma mão me puxou”, contou o missionário.
Essa mão era do pastor Joelson da Igreja Batista Oasis de Paz lá de Manaus. Ele segurou Charles, sentou na calçada com ele e o convidou para um encontro de jovens que estava acontecendo naquele exato momento em sua igreja. A princípio Charles refutou o convite, mas depois acabou cedendo e foi para o encontro.
“Não sabia como e nem o que estava fazendo, mas lá eu aceitei Jesus. A pessoa que estava pregando nunca tinha me visto e durante a pregação ele começou a contar a minha vida todinha, dos meus traumas e tudo. Foi quando percebi que era Deus falando ali comigo e me entreguei a ele”, lembra o jovem.
Charles então começou a se envolver com os trabalhos da igreja e foi num encontro com um grupo de missionários que ele descobriu que essa era a missão de sua vida. Descobriu também que tinha alguns dons artísticos que ele nem imaginava, como a dança e o teatro. Passou a estudar as artes e começou a trabalhar como ator e bailarino em uma companhia em Manaus que viajava o Amazonas inteiro em missões de fé.
E foi numa dessas viagens que ele conheceu a Cia Nissi, uma das principais companhias de arte voltada para a evangelização do mundo e começou a integrá-la. Três anos depois ele saiu em missão para a África, onde vivenciou o drama e a miséria de um pedaço esquecido pelo mundo.
“Lá é que eu fui entender realmente o que é amor. A África não precisa de riquezas e sim de amor. O que faz ela ser daquele jeito é a falta de amor pelo próximo e essa falta de amor não é só lá, é no mundo todo. No meio de tudo aquilo Deus falou que era para eu desenhar o que Ele falasse comigo e assim foram surgindo os meus desenhos proféticos”, explica.
OS DESENHOS
Os desenhos proféticos que ele menciona ganharam o mundo. São ilustrações que ele faz com base em trechos bíblicos e situações que vêm a sua mente. Segundo ele há desenhos que falam algo especifico para você que está vendo e para mais ninguém e os que revelam coisas que aconteceram ou estão acontecendo com você.
“Uma vez fui pintar em um congresso e naquele dia eu não sabia o que iria pintar. Então pedi orientação para Deus e Ele me deu esse desenho e quando a Fernanda Brum (cantora gospel) viu ela pediu para que eu pintasse a blusa da garotinha de rosa, pois ela tinha sonhado exatamente com aquela imagem: que ela estava no quintal de sua casa e lá fora tinha um leão que estava muito feroz, mas quando ele olhou para ela, ficou manso e correu em sua direção para lhe abraçar. Ela disse que aquele sonho e meu quadro lhe diziam que no meio da tribulação Deus nos abraça e protege e ela estava passando por problemas e é assim que ela se sente nos braços de Deus”, contou.
Nas redes sociais ele possui milhares de seguidores, mas essa nunca foi a intenção dele. Quando começou a postar suas obras nas redes sociais, a ideia era que eles fossem compartilhados e chegassem às pessoas que precisam daquela mensagem.
“Muitas pessoas me procuram nas redes sociais dizendo que estão pensando em se matar, em fazer alguma bobagem e aí, quando elas se deparam com desenhos meus em momentos assim, muitas vezes Deus fala com eles por meio daqueles traços. Eu nada mais sou do que um instrumento nas mãos dele e os meus desenhos são justamente para isso, para abrir olhos daquelas pessoas que estão desesperadas e procuram ajuda nas redes sociais no google da vida”, completou.
FERNANDÓPOLIS
Até então Charles nunca tinha nem ouvido falar de Fernandópolis, mas quando ele voltou da África continuou seu trabalho missionário em São Paulo, cumprindo agenda em diversas igrejas do estado inteiro pregando com a utilização da arte e de sua vivência na África. Em uma das agendas ele foi convidado para vir a Fernandópolis em um encontro de jovens.
“Pouco antes de vir aqui para Fernandópolis um amigo meu, que também é missionário, disse que tinha sonhado comigo e que nesse sonho eu tinha asas, só que sem penas. Ele disse que Deus iria trabalhar algo em minha vida que tinha ficado oculto por muito tempo, pois um passarinho só cria penas no ninho e que ainda estava faltando isso para eu ficar completo. Não entendi muito na época, mas disse amém e vim para pregar aqui”, contou.
Durante o evento ele conheceu o pastor Flavio Morilha, do Projeto Amar, mas não percebeu nada de anormal. Quando voltou para São Paulo o amigo com quem ele dividia apartamento disse que não queria ele mais lá, sem dar muitas explicações. Charles então foi para a casa de outro amigo pedir abrigo temporário e enquanto ele conversava com esse amigo, Morilha lhe mandou uma mensagem.
“Na mensagem ele dizia que podia parecer estranho, mas que depois que Deus havia lhe dado a Duda (filha mais nova de Morilha) ele pensou que nunca mais sentiria um amor tão grande por um filho novamente, mas que ele queria que eu fosse seu filho. ‘Não quero ser seu pastor, não quero ser seu líder espiritual, quero ser seu pai, você aceita?’ Eu travei, comecei a chorar, não entendia o que estava acontecendo, mas aí eu lembrei da profecia do meu amigo e então eu confiei no que Deus me falou e aceitei o convite. No outro dia ele foi para São Paulo me buscar”, disse Charles.
Há cinco meses ele desenvolve seu trabalho missionário na terra moça ao lado de sua nova família, por meio de sua arte, seus desenhos e do Projeto Amar, que é comandado por seu novo pai.
Para manter esse trabalho, Charles faz desenhos de pessoas do mundo todo e vende camisas com suas obras. Tudo que é arrecadado é utilizado em sua missão e em apoio de grupos missionários na Jordânia, na África e no Brasil. Quem quiser colaborar com a causa pode adquirir uma camisa pelo site: www.lojaocriador.com.br. Nas redes sociais seu trabalho é divulgado no Instagram: charlescriador_oficial e no Facebook: O Criador Palavra Revelada.
