E mais uma antiga novela em Fernandópolis parece de fato não ter previsão de um final feliz. Utilizada sempre como argumento em campanhas eleitorais, a antiga estação ferroviária continua abandonada e, dessa vez, sem promessa de revitalização ou demolição.
Por toda história e possibilidades de projetos culturais no local, parece loucura falar em demolição, no entanto, ao se questionar moradores da região que convivem com a criminalidade e observam dia a dia o local se tornar um ponto turístico para o vandalismo e baderna, demolição da área de 52 mil m², que fica na Avenida Afonso Cáfaro, já é tida como a única saída.
A última vez em que o fernandopolense foi iludido com as promessas sobre um projeto para a estação, acrescentando turismo e cultura e acabando com o ponto de drogas e prostituição, foi em 2012, quando à época da gestão do então prefeito Luiz Vilar a Prefeitura de Fernandópolis ganhou no mês de aniversário da cidade a doação do patrimônio da Rede Ferroviária Federal S/A e anunciou o famigerado projeto “Estação das Artes”.
O local teria um investimento de R$2,5 milhões para a criação de um espaço para exposições fotográficas, realização de oficinas artísticas dentre outros eventos culturais. No entanto, já em 2013, na gestão da então prefeita Ana Bim, a Prefeitura aguardava um investimento para o local e quando veio, desistiu do projeto.
O Ministério do Turismo liberou quase R$800 mil para serem investidos no local. No entanto, a prefeita Ana Bim alegou ao ministério que desistiria da obra por conta de uma contrapartida de 10% do valor, em virtude do difícil momento financeiro que o Poder Executivo passava.
Com o distrato, o local seguiu sua sina de ponto de drogas e de prostituição tirando o sono dos moradores. CIDADÃO visitou o local e ouviu alguns moradores que reclamaram do descaso e cobraram uma solução. Hélio Pereira é caminhoneiro e já sofreu prejuízos pela falta de segurança no local.
“Projeto sempre teve, mas infelizmente nunca saiu do papel. E agora todo mundo sabe que aqui não passa de um ponto de drogas e a gente já está até com medo de morar nesse bairro. Essa semana, inclusive, eu fui roubado. Meu caminhão fica estacionado na avenida, ai abriram a caixa de ferramenta e levaram tudo. Depois ainda roubaram a bateria e eu que tive que ficar com esse prejuízo, que foi de mais de R$ 1,5 mil”, disse o morador.
Outro que se mostrou indignado foi o morador da Afonso Cáfaro, João Clovis Ferreira, que por sinal é maquinista. “Eu estou aqui há muitos anos e sempre foi uma região muito boa para morar. Mas hoje é um ponto de drogas que quase nunca recebe a visita da polícia. Santa Fé do Sul e muitas outras cidades dão exemplo do que se dá para fazer com um prédio como esse, mas infelizmente parece que o único jeito é demolir isso aqui”, concluiu.
A Prefeitura de Fernandópolis informou que não há previsão de projetos para o local, mas que a Secretaria de Obras estuda a possibilidade.
