Mais uma vez, o agronegócio evitou um tombo ainda maior da economia brasileira. Enquanto o produto interno bruto do país cresceu apenas 1% no ano passado, depois de duas quedas consecutivas de 3,5%, o PIB do agronegócio — aí incluídas não somente a produção “dentro da porteira” mas também as atividades desenvolvidas fora das fazendas, como a fabricação de insumos e o processamento industrial das matérias-primas fornecidas pelo campo — teve alta de 14,5%.
E dentre as responsáveis por este desempenho tão importante para o país está uma empresa fernandopolense. É o que apontou a Edição Especial “Melhores & Maiores” da Revista Exame deste ano, que classificou Alcoeste Bioenergia Fernandópolis S/A como a 371ª maior empresa de agronegócio do país.
A avaliação feita pela revista para a classificação das 400 maiores do setor levou em consideração as vendas líquidas de cada empresa. Juntas elas foram responsáveis por injetar mais de 221 bilhões de dólares na economia nacional, com um lucro de 5,4 bilhões de dólares, 41% maior do que o registrado no ano anterior. Deste montante, a Alcoeste foi responsável por R$ 264,8 milhões, com um patrimônio estimado em 10,8 milhões de dólares.
A ALCOESTE
O Pró-Álcool ou Programa Nacional do Álcool foi um programa de substituição em larga escala dos combustíveis veiculares derivados de petróleo por álcool, financiado pelo governo do Brasil a partir de 1975 devido à crise do petróleo em 1973 e mais agravante depois da crise de 1979.
Nesta época, especificamente em 1978, o Banco do Brasil estava procurando investidores para usinas de álcool. Os empresários de Fernandópolis não sabiam nada sobre a produção de álcool. Sendo assim, o gerente do banco convidou um grupo para conhecer uma usina que estava acabando de ser construída e que também era financiada pelo banco, em Monte Aprazível. Este grupo de empresários era composto por Kosuke Arakaki, Riromassa Arakaki, José Carlos de Mathias e Nagib Aydar.
Quando chegaram a Monte Aprazível, ficaram impressionados com o tamanho do empreendimento. Na viagem de volta decidiram que iriam montar uma usina. Foi quando estruturaram uma associação, porque o banco exigia que tivessem cerca de 20 produtores para financiar o Pró-Álcool. Não financiavam para uma pessoa só.
Foi quando surgiu a necessidade de um local para montar a Alcoeste. Não foi nada fácil, porque as pessoas achavam que a empresa era poluidora. Então, Kosuke Arakaki mostrou sua fazenda ao técnico do Pró-Álcool. Ele analisou, solicitou algumas modificações necessárias e então conseguiram montá-la. Nenhum prefeito da época queria usinas em suas cidades, mas o prefeito de Fernandópolis, Milton Leão, apoiou a instalação.
Como a usina era da sociedade, cada sócio tinha sua propriedade e fornecia cana. Na ocasião houve os prós e os contras. Na verdade, a usina era uma sociedade grande para conduzir os canaviais de todos os sócios, foi quando criaram a Agroente, para administrar a parte rural do negócio.
Alguns dos integrantes da sociedade tiveram problemas técnicos e não conseguiram prosperar, porque não conseguiram entregar a cana à usina, então foram vendendo suas partes da sociedade e Kosuke Arakaki e Riromassa Arakaki foram comprando suas ações e se tornaram sócios majoritários da empresa com 99% das ações.
Em nove de dezembro 2011, a primeira Assembleia Geral Extraordinária que reuniu os fundadores e os membros da família Arakaki, Sr. Kosuke, sua esposa Sra. Angelina e o Sr. Riromassa, com seus filhos sucessores. Na ocasião o Grupo consolidou o processo de profissionalização e implantação da governança corporativa e a criação das holdings familiares e empresariais, elegendo seus diretores e membros do conselho, finalizando assim um grande projeto iniciado em 2009.
O conceito de governança corporativa e holdings têm como objetivo organizar a gestão das empresas. Trata-se de um sistema de controle e monitoramento estabelecido pelos acionistas, controladores da empresa, de tal modo que os administradores tomem suas decisões de acordo com os interesses dos proprietários.