Estiagem completa 70 dias e queimadas agravam poluição

20 de Agosto de 2025

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Estiagem completa 70 dias e queimadas agravam poluição

Fernandópolis completa neste domingo, 29, 70 dias sem chuva. O clima seco tem contribuído para aumentar a poluição do ar por conta das queimadas que ocorrem quase que diariamente. A situação é agravada pela baixa umidade relativa do ar e oscilação da temperatura que chega a variar em torno de 15 graus entre a mínima e a máxima. 

Com as condições desfavoráveis do tempo, aumentam os casos doenças respiratórias típicas da época que atingem principalmente crianças e idosos. Para tentar respirar melhor, buscam o alívio na inalação. Na UPA – Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, a demanda por atendimento por problemas respiratórios aumentou cerca de 10%, principalmente na madrugada. Durante o dia, as pessoas buscam atendimento nas UBSs dos bairros.
Poluição e baixas temperaturas são também agravantes para ocorrências de AVC – Acidente Vascular Cerebral. Os números de mortes na região, segundo dados do SUS, mostram o perigo da época. Foram 116 mortes nos últimos cinco anos registradas no mês de julho. Em entrevista ao CIDADÃO a médica neurologista Francisca Goreth Malheiro Moraes Fantini confirmou o risco. “Nesta época do ano, mais frio, ar mais poluído, predispõem a uma vasoconstricção das artérias, espasmos, aumenta a agregação plaquetária, diminui a oxigenação, tendência a Hipertensão arterial, tudo isto contribuindo para que ocorra o Acidente Vascular Cerebral”, alertou.
Por conta da estiagem estendida, a umidade relativa do ar em julho baixou a índices considerados de atenção, entre 20% e 30%. No último dia 14, por exemplo, o percentual caiu para 13,8%, já classificado como estado de alerta. 
Na quarta-feira, 25, a temperatura oscilou, segundo a estação meteorológica do Ciiagro – Centro Integrado de Informações Agrometeorologicas em Fernandópolis, a temperatura oscilou 15 graus entre a mínima que foi de 15,1 graus e a máxima que atingiu 30,4 graus.  
Sem chuva desde 19 de maio, Fernandópolis vem registrando aumento de queimadas. O Corpo de Bombeiros, segundo a Defesa Civil, já registrou mais de 100 focos de incêndio na cidade, principalmente em terrenos baldios.
De acordo com Portal de Monitoramento de Queimadas e Incêndios do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – que faz o monitoramento em tempo real através de imagens de satélites mostra crescente número de registros. Desde 20 de maio até quarta-feira, 25, o portal registrou em Fernandópolis 46 focos de queimadas e incêndios por diferentes satélites. É bom frisar que, os satélites não registram frentes de fogo com menos de 30 m ou fogo apenas no chão, sem afetar a copa das árvores. 
Com as queimadas, aumenta a poluição do ar. De acordo com a Cetesb, a concentração de poluição produzida especialmente pelas queimadas na região noroeste já chegou a níveis 7,4 vezes acima do recomendável pela OMS – Organização Mundial de Saúde.
Por conta do elevado número de queimadas, a Defesa Civil do município já produziu alerta, apontando que 90% das queimadas registradas em Fernandópolis foi provocada pelo homem. 
No final de semana, mais uma grande queimada foi registrada no município, desta feita à margem da Rodovia Percy Semeghini e exigiu a intervenção do Corpo de Bombeiros e caminhões pipas de usinas da região. A frente de fogo atingiu pastagens e até um canavial e pode ter sido causada por uma bituca de cigarro atirada por algum motorista. Márcio Costa da Vox News TV registrou a queimada ocorrida na madrugada de domingo, 22.
As condições do tempo tendem a se agravar nos próximos dias. De acordo com a Climatempo não há previsão de chuva até o início de agosto. Sem chuva, a preocupação também aumenta em relação aos reservatórios da usinas hidrelétricas. A de Água Vermelha, em nossa região, atingiu esta semana a marca de 38,4% do volume útil.