Moradores sofrem com poeira, enquanto Anel Viário não passa de uma estrada de terra

20 de Agosto de 2025

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Moradores sofrem com poeira, enquanto Anel Viário não passa de uma estrada de terra

A mensagem de uma ouvinte do programa Rotativa no Ar, da Rádio Difusora, despertou a atenção para um problema que há meses afeta a vida dos moradores da zona rural de Fernandópolis e parte do perímetro urbano na região sudoeste do município. Enquanto o ambicioso projeto de construção do Anel Viário não passa de uma simples estrada de terra, quem mora em sua proximidade sofre com a poeira levantada pelos caminhões que por ela passam. 

A mensagem que chamou atenção para o assunto foi enviada por Amanda Lima, ao Whatsapp da Rádio Difusora quase que como um pedido de socorro. 
“Quero fazer uma reclamação. Acho que já teve mas...  Me chamo Amanda, moro num sítio perto da Universidade Brasil, antiga Unicastelo, e abriram um anel viário há uns 400 metros da minha casa. A Prefeitura veio intimou e no papel está que só ia liberar a passagem de caminhões quando asfaltasse, mas tudo mentira não fez nada e já passa carreta de cana do Arakaki e carreta de açúcar da Coruripe. Não estamos mais aguentando não sabemos mais para quem pedir ajuda. Vou mandar umas fotos da minha casa e do pó que fica no ar deixando a gente sem fôlego”, disse Amanda em sua mensagem. 
CIDADÃO visitou a área e constatou o que fora reclamado. Todos os dias dezenas de caminhões passam pelo que seria um Anel Viário em Fernandópolis, mas até agora não passa de uma grande e movimentada estrada de terra. A poeira levantada pelo grande fluxo de caminhões carregados invade as casas das propriedades rurais nas proximidades e atinge até o Parque Universitário, na zona sudoeste no município em dias de forte vento. 
ANEL VIÁRIO 
A então prefeita Ana Bim (PSD), em fim de mandato, firmou uma PPP – Parceria Público Privada - para viabilizar a construção do primeiro trecho do anel viário de Fernandópolis. Na ocasião foi formalizado um acordo com a Usina Coruripe Açúcar e Álcool para viabilizar o projeto, visando retirar o tráfego de carretas que transportam açúcar da Usina em Minas, para o terminal de embarque na ferrovia em Fernandópolis. À época, para chegar ao terminal, os pesados caminhões eram obrigados a cruzar a área urbana, com danos para a rede asfáltica e risco de acidentes.
Para a obra foram desapropriadas áreas de quatro propriedades rurais com o pagamento de R$ 462,5 mil aos donos destas terras. Coube à prefeitura negociar e pagar pelas áreas desapropriadas, com a colaboração da Usina Coruripe, que ofereceu 50% do valor necessário para cumprir o acordo com os proprietários das terras.
NA TERRA 
Acontece que a PPP fechada à época, segundo respondeu a prefeitura ao ser procurada essa semana, não previa pavimentação asfáltica, mas sim apenas a abertura da estrada municipal e seu cascalhamento, transformando um dos mais ambiciosos projetos de infraestrutura e desenvolvimento do município em somente mais uma estrada rural, só que com nome de Anel Viário.