Fernandópolis está encolhendo. É o que diz um estudo da Fundação Seade que aponta que a população da cidade em 2050 será menor e mais idosa (veja mais na pág.2). Isso é fruto de 79 anos de uma fraca política de Desenvolvimento Sustentável, que transformou o município em uma cidade para aposentados.
A explicação para isso é simples. Se o município não possui uma fonte geradora de empregos, os jovens têm que o deixar à procura deles. Em cumulativo, está a nova realidade demográfica do país, onde o número de nascimentos está diminuindo e a população envelhecendo.
Mas porque Fernandópolis não gera empregos? Para responder a essa pergunta, basta fazer uma visita aos nossos distritos industriais. Enquanto se inicia – a passos lentos – a construção do Distrito VI, o primeiro ainda possui ruas sem pavimentação e as pavimentadas estão em péssimas condições de conservação. E isso se repete nos outros três já em funcionamento enquanto o V ainda patina.
Essa fraca política de desenvolvimento já mencionada está diretamente ligada às disputas eleitorais. Como aqui nunca houve reeleição, em vez de o sucessor dotar os distritos existentes de infraestrutura – oferecendo assim uma melhor condição às empresas já estabelecidas neles, além de atrair novas -, comprava-se outra área para implantação de outro Distrito. Assim, o prefeito da ocasião tinha algo palpável para mostrar no palanque que estava trabalhando pela geração de empregos.
Para exemplificar, a última área adquirida pela Prefeitura com fins industriais foi na gestão de Luiz Vilar de Siqueira, em 2010. À época ele pagou R$ 1,1 milhão pelo terreno que agora, oito anos depois, começou a ser transformado no Distrito VI. Isso enquanto o Distrito V, adquirido por sua antecessora, Ana Bim, dois anos antes, não tinha nem via de acesso e tampouco empresas instaladas.
Agora, busca-se recuperar o tempo perdido para que projeção da Fundação Seade não se torne realidade. Como a ZPE – Zona de Processamento de Exportação – já parece um sonho perdido, a expectativa gira em torno do Distrito VI, que será entregue com toda a infraestrutura necessária ainda este ano, garante a prefeitura.
“A previsão de entrega do Distrito Empresarial VI, para que seja aberto processo de licitação que viabilize a instalação de novas empresas no local é ainda em 2018. O novo Distrito Empresarial será entregue com a infraestrutura completa: pavimentação, drenagem, guias e sarjetas, rede de água e esgoto e rede elétrica”, disse a administração municipal, em nota.
Já em relação as condições precárias dos outros cinco distritos, a Prefeitura afirma que está buscando recursos junto ao governo do estado e governo federal para sanar de vez o problema.
“As irregularidades dos Distritos já existentes no município são muitas. A falta de infraestrutura compromete as empresas e o desenvolvimento. Estamos fazendo ajustes nas leis de incentivo e benefícios fiscais, além de trabalhar caso a caso para que as empresas que já estão instaladas e cumpriram os encargos possam ter as escrituras definitivas outorgadas. Estamos buscando ajuda junto aos deputados para execução das obras de infraestrutura, de maneira a facilitar a logística das empresas instaladas”, completa a nota.
Paralelo a isso, a Prefeitura transformou o Distrito V, que até então estava abandonado, em Distrito Ambiental, primeiro modelo no Brasil. “Grande parte das empresas de reciclagem e ramos afins do município serão concentradas apenas nesse Distrito, tornando-o modelo de referência nacional”, garante o secretário de Desenvolvimento Wagner Kamiyama.