Fernandópolis tinha apenas 34 anos quando um grande investimento regional deu um boom na economia local. Hoje, às vésperas de completar 79 aniversários a cidade revive a cena de um dos únicos marcos desenvolvimentistas de sua história: a construção da Usina de Água Vermelha.
O ano era 1973. Antenor Ferrari era o prefeito quando Fernandópolis começou a receber os primeiros funcionários da CESP – Companhia Energética de São Paulo – que vieram para a obra, uma das mais importantes do governo de Ernesto Geisel, tanto que um aeroporto também foi construído só para que o avião do presidente pudesse pousar para sua inauguração.
O investimento foi tão grandioso que para abrigar os funcionários da obra Ferrari teve que desapropriar uma grande área da família Cáfaro, onde foi edificado o “Núcleo da Cesp”, um conjunto de moradias hoje chamado de Jardim Rio Grande.
Porém, muito mais do que um bairro Fernandópolis ganhou uma grande injeção na economia, afinal eram mais pessoas gastando em todos os setores do município. Quem presenciou garante que nada do tipo tinha sido visto até o momento.
BOA HORA
História à parte, o fato é que o novo investimento no setor energético promete mais uma vez movimentar a economia local, não de forma tão abrangente como na década de 70, porém com um aporte de R$ 300 milhões e a geração de em média 450 empregos diretos. Trata-se do Complexo Solar Boa Hora, que está sendo construído pela AES Tietê – administradora da Usina de Água Vermelha – também em Ouroeste.
As obras já foram iniciadas e a previsão é de que elas sejam concluídas até novembro deste ano, com capacidade de gerar 160 GWh, o que seria suficiente para abastecer uma cidade do porte de Fernandópolis por até um ano.
A região foi novamente escolhida em função de suas características privilegiadas. Pelo menos é o que disse o diretor de engenharia construção e serviços da AES Tietê, Rodrigo D’Elia, em visita à redação de CIDADÃO, na quarta-feira, 16.
“A região combinou muitos aspectos interessantes para a geração de energia solar, como a alta radiação (solar) e acesso à conexão, o que é muito importante para conseguirmos escoar a energia. Esses e outros aspectos foram levados em conta para selecionar a região e a área onde será construída a planta solar”, explicou.
Além da movimentação da economia local e da geração de emprego, a AES Tietê também fará um investimento estimado em mais de R$ 450 mil reais em projetos sociais com foco na criança e no adolescente.
“São programas que interagem com a escola, geralmente no contraturno das crianças, com uma parte de cultura, cinema e outras atividades voltadas ao desenvolvimento dos que serão assistidos”, completou João Eduardo Barril Tavares, gerente de relações institucionais da empresa.