Estudo aponta que em 2050 cidade terá população menor e mais idosa

20 de Agosto de 2025

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Estudo aponta que em 2050 cidade terá população menor e mais idosa
Quantos habitantes terá Fernandópolis no seu centenário em 2039? E em 2050, quando já estará com 111 anos? Estudo de projeções populacionais divulgado pela Fundação Seade aponta para um cenário até pouco tempo inimaginável. Diz o Seade que a população de Fernandópolis em 2050 será menor e mais idosa, ou seja, a cidade vai encolher (veja quadro).
E antes que alguém atire a primeira pedra contra essa previsão pessimista, é bom esclarecer que essa projeção de queda populacional atinge a maioria das cidades da região e é um quadro nacional que projeta a nova realidade demografica. Conforme levantamento do CIDADÃO, apenas três cidades (Rio Preto, Mirassol e Ouroeste) vão ter população maior que a atual. 
A explicação é simples: as famílias estão encolhendo, ou seja, cada vez nascem menos crianças e a população está envelhecendo. As cidades brasileiras estão no processo de mudança demográfica, uma realidade mais parecida com a de países europeus. 
A Fundação Seade aplica no estudo o modelo das pirâmides demográficas de países do primeiro mundo, desenhada com base estreita e topo largo. 
As projeções populacionais constituem uma das mais importantes atividades desenvolvidas pela Fundação Seade. Contando com um apurado sistema de acompanhamento de nascimentos e óbitos – que cobre todos os municípios do Estado de São Paulo e os distritos da capital –, a Fundação elaborou e aprimorou, durante as últimas décadas, uma sólida metodologia para projetar a população paulista e delinear cenários demográficos.
As projeções populacionais são essenciais para orientação de políticas públicas e tornam-se instrumentos valiosos para todas as esferas de planejamento. Ao propor essa base de dados, a Seade possibilita análises das demandas por serviços públicos, além de serem fundamentais para o estudo de determinados segmentos populacionais para os quais são formuladas políticas específicas. Tais projeções entram ainda no cálculo de vários indicadores econômicos e sociais, como, por exemplo, o PIB per capita e o número de leitos hospitalares por mil habitantes. 
 
O estudo desenvolvido pela Fundação Seade mostra a nova realidade demográfica de Fernandópolis e do Brasil. As famílias estão encolhendo e a população envelhecendo. Estamos a caminho de viver a realidade que já ocorre na Europa e nos países de primeiro mundo.
As mudanças demográficas são explicadas pelo aumento da expectativa de vida da população – 78,1 anos para homens e mulheres moradores no Estado -  por melhores condições de saneamento básico, expansão da urbanização, avanço da ciência e mais acesso à saúde. O que ocorreu na Europa, por exemplo, já se desenha para o Brasil nas próximas três décadas. A população jovem vai diminuindo e a idosa aumentando.
Com base nos números da Fundação Seade, a população de Fernandópolis em 2018 é de 65.887, um pouco menos da projeção feita anualmente pelo IBGE (hoje estimada em 68.670). 
De acordo com o estudo, a população jovem de Fernandópolis na faixa etária de 0 a 19 anos é composta de 14.274 pessoas, equivalente a 20,7% da população. Em 2050, esse número será de 8.961, ou seja, apenas 13% dos moradores da cidade. A queda estimada será de 37,2%. (veja quadros).
Na outra ponta da pirâmide, o processo é de crescimento. A população idosa vai praticamente dobrar nos próximos 30 anos. Hoje, a população acima de 60 anos é de 12.941 pessoas. Em 2050, será de 22.153, crescimento de 71,1%. 
O meio da pirâmide, também vai afinar. De 38.672 pessoas na faixa de 20 a 59 anos que temos hoje, em 2050, a projeção aponta para uma população de 28.826 habitantes nesta faixa etária, queda de 25,4%. 
No geral, a Fundação Seade aponta que daqui a 32 anos, a população de Fernandópolis vai cair dos atuais 65.887 habitantes para 59.940, redução de 9%. Fernandópolis, pelo menos, mostra-se melhor preparada para esse novo desafio demográfico. A cidade foi apontada recentemente como a 4ª melhor para se envelhecer entre 348 com população entre 50 a 100 mil habitantes do País, conforme Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade foi divulgado pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon/Fundação Getúlio Vargas.
Agora a redução populacional não será exclusividade de Fernandópolis. A maioria dos municípios da região também seguirão o mesmo caminho. Votuporanga (-2%), Jales (-11%), Catanduva (-6%) também terão população menor e mais idosa. 
Contrariam essa projeção, as cidades de São José do Rio Preto (+1,5%), Mirassol (+1%) e Ouroeste (+17%). 
No caso de Ouroeste, a cidade que pertence a comarca de Fernandópolis tem projeção de aumentar sua população dos atuais 9.515 habitantes para 11.167. Já as demais cidades da comarca, vão ficar ainda menores, com queda populacional na faixa que varia de 15 a 22%. 
Conforme projeções da Fundação Seade, as cidades menores vão sofrer maior impacto na redução populacional. Entre as cidades da comarca, por exemplo, Indiaporã vai encolher 22%, Pedranópolis 15%, Meridiano 19%, Macedônia 17%, e Guarani d´Oeste 16%.  Apenas Ouroeste, terá aumento populacional de 17%.