Criado em setembro de 1997 e em vigor desde janeiro de 1998, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) consolidou diretrizes que estabelecem um modelo de conduta para o motorista brasileiro. Nesses 20 anos, a legislação passou por diversas modificações para atender às novas demandas de segurança, acompanhar o avanço da tecnologia e o desenvolvimento das cidades. Nesse período a frota de veículos nas ruas das cidades cresceu em proporções geométricas.
O número de veículos registrados em Fernandópolis, por exemplo, aumentou 180%, de acordo com levantamento do Detran.SP - Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo. Esse aumento é maior que o registrado por São José do Rio Preto, principal cidade da região, cuja frota cresceu 154%. É também superior à do Estado que registrou aumento de 161%. Em contrapartida, a população de Fernandópolis cresceu, no mesmo período, apenas 11%.
A frota local cresceu de 20.553 veículos em 1997 para 57.700 em dezembro de 2017. No Estado, o número de veículos registrados nos últimos vinte anos cresceu 161%: de 11.197.440 para 29.164.426.
“O grande número veículos registrados faz com que nos preocupemos ainda mais com a segurança no trânsito. A formação dos condutores e o cuidado com os hábitos do cidadão é estritamente necessária, para que esse crescimento não represente mais riscos à vida”, afirma Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.
Com cada vez mais veículos nas ruas, aumenta o número de acidentes. No ano passado, a cidade registrou, conforme acompanhamento do Infosiga, 15 mortes, das quais 10 na área urbana do município.
Outra consequência é o transito cada vez mais intenso nas vias públicas. Bastou a prefeitura interditar duas quadras da Avenida Expedicionários esta semana para realizar o recapeamento de uma quadra, para o trânsito dar um nó no centro da cidade e irritar os motoristas. A falta da área azul também ajuda a complicar a vida de quem precisa vir para o centro.
A estatística do Detran revela outro dado impressionante. No mesmo período de 20 anos, o número de motos, motonetas e ciclomotor na cidade aumentou 402%. Passou de 3.524 para 17.720. E são os motociclistas as maiores vítimas dessa “guerra” de máquinas que invadiu a cidade. A frota de automóveis cresceu menos: passou de 12.360 em 97 para 29.052, ou seja, mais 135%.
A explosão da frota em índices acima da média estadual e a da principal cidade da região, São José do Rio Preto está ligada diretamente a ausência de transporte coletivo de passageiros que atendesse a população. Sem essa opção, a população aderiu ao transporte individual enchendo as ruas da cidade.
