Foi identificado o primeiro desaparecido político desde a retomada dos trabalhos de análise das ossadas do Cemitério de Perus, na Zona Norte paulistana, em 2014. A partir de exames de DNA realizados pela Comissão Internacional de Pessoas de Desaparecidas foi atribuída a identidade de Dimas Antonio Casemiro aos restos mortais encontrados. Era natural de Votuporanga, onde atuou em movimentos estudantis. A família estuda transladar os restos mortais para Votuporanga.
Na época com 25 anos, Casemiro foi torturado e assassinado por agentes da repressão da Ditadura Militar (1964-1985), em 1971. Militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e do Movimento Revolucionário Tiradentes, ele teve a morte acobertada, segundo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, com um falso relato de tiroteio em 19 de abril daquele ano.
A análise genética foi confirmada por estudos antropológicos, informações odontológicas e de altura, idade e causa da morte do militante, quando causada por arma de fogo.
Os resultados dos exames de DNA foram obtidos no último dia 16 de fevereiro, após comparação do material encontrado na vala com amostras de sangue de familiares do ativista.
Dimas foi corretor de seguros, vendedor de carros e tipógrafo. Em 1971, quando vigorava o Ato Institucional número 5 (AI-5), que dava plenos poderes ao regime militar, Dimas tinha 25 anos e integrava a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares e o Movimento Revolucionário Tiradentes.