O ano de 2017 tem um novo recorde em Fernandópolis: o de raios. A cidade registrou a maior quantidade de raios dos últimos cinco anos. Os dados são da BrasilDATDataset - Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas - operada com exclusividade pelo Elat – Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Foram 7.110 raios nuvem-solo (raios que atingem o chão) registrados de janeiro a dezembro de 2017, aumento de 80,9% na comparação com o ano anterior.
O aumento pode estar relacionado ao fato de que o ano passado também registrou recorde de chuvas. De janeiro a dezembro, o índice de chuva em Fernandópolis medido pelo Ciiagro chegou a 1.590,5 mm (cada milímetro corresponde a um litro d´água por metro quadrado).
Números divulgados pelo Elat mostram que nos últimos cinco anos, Fernandópolis registrou 25.760 raios (veja quadro), média de 5,1 mil por ano, 429 por mês, 14 por dia e um raio a cada duas horas. Em Rio Preto, nos últimos cinco anos foram registrados 23 mil descargas elétricas no mesmo período.
A maior incidência de raios ocorre na primavera/verão, especialmente nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, por causa da incidência de calor que favorece as tempestades.
A temporada de Verão vai até março e até lá todo cuidado é pouco, segundo especialistas do grupo Elat. Foi no verão de 2016, no dia 6 de março, que a cidade registrou madrugada com tempestade e 665 raios nuvem-solo. O horário com maior incidência, segundo o Elat, foi das 4h às 8h”. Média de 166,2 descargas por hora, ou 2,7 por minuto.
O raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera. A intensidade típica de um raio é de 30 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. Em geral, os raios provocam um clarão e, logo em seguida, o barulho denominado trovão, por causa do deslocamento de ar.
O Brasil é campeão mundial na incidência do fenômeno. O Estado de São Paulo é o que registra maior número de vítimas por raio.No ano passado, segundo o Elat, 55 pessoas morreram após serem atingidos por raios. Em Fernandópolis, não houve registro de vítimas por raio. Geralmente os danos são materiais, principalmente queima de aparelhos eletrodomésticos.
Segundo pesquisadores do Elat, as ocorrências de raios são comuns nas áreas centrais, onde há uma concentração elevada de prédios. Na zona rural, os animais são as maiores vítimas de raios. Nos primeiros dias de janeiro, um raio matou 84 cabeças de gado durante tempestade na cidade de Pedregulho, região de Franca. Os animais estavam abrigados embaixo de uma árvore quando foram atingidos pela descarga.
Para a população, o Elat orienta: “Se uma pessoa estiver em local aberto e/ou descampado (como praia ou área rural) ou próxima a objetos metálicos grandes como torres, cercas e carros, é importante buscar locais seguros”.
Na região, as cidades de Novo Horizonte, José Bonifácio e Fernandópolis foram as que mais registraram incidência de raios no ano passado, pela ordem 7.622, 7.168 e 7.110. No ranking nacional, Fernandópolis aparece em 1.878º lugar entre os municípios com maior incidência de raios por km2. No estado, está em 362º lugar.