Aterrorizante. É assim que a fernandopolense Cristina Franco classifica o que ela passou durante o terremoto de 7.1 graus que atingiu o México na terça-feira, 19, matando pelo menos 225 pessoas. Ela estava a poucos metros do epicentro e relata, com exclusividade para CIDADÃO, o que presenciou naquele dia.
Cristina, que está estudando para ser chef de cozinha e reposteria internacional estava em aula na universidade Anahuac de México, no Le Cordon Bleu, quando escutou o grito de uma de suas colegas: “Está tremblando”. Ela estava no 4º andar do prédio e conta que os degraus até a saída pareciam intermináveis.
“Saímos todos correndo pelas escadas do quarto piso. Só escutava: ‘não corram’, mas corri o mais rápido possível. Nesse momento nas escadas foram segundos que pareciam infinitos pensei que tudo ia cair pelo forte movimento e por ser um edifício antigo”, lembra ela.
Já fora do prédio a primeira coisa que Cristina fez, ao ver que todos os seus colegas estavam a salvo, foi tentar contato com seu marido, Jorge Porcayo Guevara, para saber se ele e sua família estavam bem, além de tentar avisar a sua família aqui de que estava tudo bem.
“Houve danos perto de onde eu estava e de maior magnitude próximo da zona de trabalho do meu esposo. Logo em seguida já soubemos que vários edifícios caíram. Nunca pensei que poderia passar algo assim”, completou.
O sistema de transportes e comunicação do país ficou um caos. “Tentei chegar em casa e fiquei horas e horas parada no trânsito. Pessoas caminhando fecharam as avenidas transporte tudo. Só depois de umas quatro ou cinco horas do ocorrido abriram todo o transporte grátis para que pudéssemos chegar as nossas casas”, contou.
SOLIDARIEDADE
O cenário, claro, era de muita tristeza e destruição, porém de muito amor também. Logo após o ocorrido começaram a surgir as correntes de solidariedade para socorrer os desabrigados. Cristina vivenciou tudo isso e, após o susto, começou a procurar formas de ajudar as vítimas do terremoto.
“Eu demorei para chegar em casa, mas minhas colegas que chegaram as suas casas mais próximas, já começaram a comprar remédios, água, fazer sanduiches e tudo o que estavam precisando. Depois organizamos camionetes para que as doações chegassem aos pontos de ajuda. Mais tarde nos abriram e nos permitiram grátis poder usar as redes e começamos a entrar em contato e fazer esse meio de grande ajuda”, contou.
Cristina transformou seu perfil no Facebook em um canal de interação com as vítimas, ajudando a difundir os desaparecidos, divulgar os números de urgência e os locais onde estavam faltando remédios e alimentos para que as doações fossem destinadas para lá.
“Colegas de Los Angeles ajudaram enviando recursos. Recebemos solidariedade de vários países como Japão, EUA, Israel, Rússia dentre outros, além de gente especializada para encontrar as vítimas”, explicou.
Cristina que nasceu, cresceu e ainda possui familiares em Fernandópolis convida os fernandopolenses a participarem dessa corrente de solidariedade.
“Se vocês fernandopolenses quiserem ajudar, ser solidários com o que estamos vivendo aqui, poderiam organizar um centro de apoio ou mesmo ajudar a divulgar as necessidades aos vizinhos e países mais próximos”, concluiu.