O prefeito André Pessuto não economizou adjetivos para dimensionar o tamanho da crise financeira que assola a prefeitura durante a entrevista na Rádio Difusora na quarta-feira, 19. “É extremamente preocupante, alarmante, muito triste a situação econômica”, disse o prefeito, lembrando que em seis meses de governo já começaram a aparecer os primeiros fios de cabelos brancos. “Impressionante como a gestão pública acaba consumindo a gente”, acrescentou.
Ao se referir sobre os primeiros seis meses de governo, Pessuto apontou que não está satisfeito com o desempenho. “Esperava receber um pouco mais do governo estadual e governo federal. A gente entende o momento que o país passa, mas queria estar produzindo mais para a população. Com fé em Deus a gente acredita que no ano que vem vamos conseguir implantar o que temos em mente. Os resultados vão aparecer mais a partir do ano que vem”, aposta.
A juventude, segundo André, faz aumentar a ansiedade por resultados. “A minha juventude gostaria, por exemplo, recapear a cidade 100%, colocar o asfalto onde não tem. Infelizmente a gente não consegue fazer isso. Isso acaba frustrando. Porém o alicerce está sendo feito. Estamos preparando o alicerce para os quatro anos.
O prefeito também diz que esperava mais do Refis “mas entendemos que a população está passando por momento difícil”. Aliás, a Câmara realizou sessão extraordinária na sexta-feira, 21, e aprovou o projeto que prorroga o Refis, que venceria no dia 25 de julho, para 31 de agosto.
Outra expectativa é de que cheguem recursos oriundos de mais uma rodada da repatriação do governo federal e do Refis do Governo do Estado. “O que vier a mais vai ajudar e muito”, apontou o prefeito.
Em meio a preocupação sobre o quadro econômico, Pessuto admitiu que, com o agravamento do quadro econômico, há risco de atraso no pagamento de salários dos servidores. “É muito preocupante, estamos fazendo os cortes para tentar salvar a folha de pagamento base. A prioridade é pagar funcionários. Depois é que vamos ver a prioridade de pagamento de terceiros. Existe a possibilidade (atraso nos salários), o risco é iminente E isso é geral, estive com prefeitos e todos estão na mesma situação”, argumentou.
Os cortes já estão sendo feitos, anunciou. “Estamos reduzindo em tudo que se pode imaginar e o servidor acaba também pagando por isso. Vamos cortar comissionados, já cortamos as horas-extras, a ordem é reduzir despesas. Um exemplo, a prefeitura tinha muitos cavaletes de água que não estavam sendo utilizadas Cortamos e isso representa uma economia de 25 mil/mês”, diz. Na lista de cortes está a criação do Diário Oficial Eletrônico para publicação de atos oficiais.
Para o prefeito a situação é angustiante. “Imagina, na decisão é sempre ele (prefeito) e Deus e mais ninguém. Prefeito é um cargo mais próximo da população, porém é muito solitário. É você e Deus, com a caneta na mão, pensando o que vai fazer, pensando que terá de cortar o salário de um trabalhador principalmente do mais humilde. Dói no coração, dói na alma. As pessoas mais próximas sabem o tanto que isso está me incomodando, mas tenho fé em Deus que esses recursos virão e a gente vai conseguir passar esse ano”.
