Depois de uma semana de críticas, a vereadora Neide Garcia (PP) veio à público explicar o fundamento de seu projeto, que visa normatizar a abertura de portões eletrônicos em Fernandópolis, proibindo que eles abram para o lado de fora. Seu desagravo veio por meio dos microfones da Rádio Difusora, na manhã de ontem, 30. Neide foi bombardeada nas redes sociais e nas ruas após o projeto de Lei nº 87/2017, ser lido na sessão da Câmara Municipal, no último dia 20. “Isso é falta do que fazer”, disse um internauta. “Bóra votar um projeto que obrigue as portas dos carros abrirem para dentro, pois isso é um perigo aos motoqueiros”, completou outro, caçoando do projeto. “Isso aí é preguiça de andar pelos bairros e ver o que o povo realmente precisa”, concluiu um terceiro. Às críticas, no entanto, não pararam por aí. Só em uma publicação, mais de 200 pessoas comentaram e outras 300 compartilharam, inclusive com ofensas impublicáveis. E nas ruas não foi diferente. Todavia, ao contrário do propagado, Neide explicou que ninguém terá que arrancar o portão de sua residência por conta de seu projeto. A iniciativa, segundo ela, visa regulamentar a situação a partir de sua aprovação, ou seja, apenas as novas obras entrarão na obrigatoriedade.
“A lei é para as futuras obras. Temos que dar um passo de cada vez e se não fizermos isso agora, nunca teremos uma cidade digna para todos. Como a maioria enxerga e ouve perfeitamente e não possui nenhuma deficiência ou debilidade, o projeto parece irrelevante. Porém, só quem não enxerga, não escuta ou possui alguma deficiência ou debilidade em função da idade, sabe dos riscos que um portão eletrônico abrindo na calçada enquanto ele está passando pode trazer”, explicou a vereadora.
Neide disse ainda que seu projeto foi baseado em iniciativas de outras cidades e rebateu as críticas que diziam haver coisas mais importantes para serem apreciadas. “Entendo que a padronização das calçadas também é importante, mas já existe lei para isso, o que falta é fiscalização. Temos que fazer a nossa parte”, concluiu.
NAS COMISSÕES
Após ser lido na sessão do dia 20, o projeto de Neide foi encaminhado para as comissões permanentes da Casa. O tema entrará em discussão no plenário apenas após o retorno do recesso legislativo, em agosto. Além de da propositora, nenhum outro vereador se manifestou publicamente sua posição.
EM VOTUPORANGA
Um decreto assinado pelo prefeito João Dado (SD), notificando todos os moradores da cidade a se adequarem a legislação que já existe desde 2011, gerou repercussão negativa similar. Desde que foi anunciada a mudança, os munícipes têm condenado a ação do prefeito e cobrado um posicionamento dos vereadores.
Lá, quem construiu de forma irregular depois a promulgação da lei (2011), terá 180 dias para regularizar seu portão sob pena de multa de até 300 UFMs, equivalentes a R$ 1.056,00.