Alvo de um ataque de hackers na terça-feira, 27, a Unidade de Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos em Fernandópolis prevê retomar atendimento na terça-feira. Até ontem à tarde a Unidade já havia cancelado cerca de 200 exames preventivos do câncer de mama que deveriam ter sido realizados desde o ataque considerado uma forma de terrorismo virtual.
Na Unidade trabalha-se com a possibilidade dos exames serem retomados na terça-feira, 4. Neste caso, os pacientes serão informados na segunda-feira. Os exames que não foram realizados serão novamente reagendados a partir da retomada do atendimento.
O ataque de hackers atingiu os computadores do Hospital de Câncer de Barretos, além das Unidades de Fernandópolis e Jales e outras espalhadas pelo Brasil. Cerca de 3 mil consultas e exames foram suspensos depois que invasores bloquearam os sistemas e pediram resgate. Foram afetadas todas as unidades da instituição, o que inclui Barretos (SP), Jales (SP), Fernandópolis (SP), Porto Velho (RO), Juazeiro (BA) e Campo Grande (MS).
De acordo com o coordenador do Departamento de Tecnologia da Informação (TI) da instituição, Douglas Vieira dos Reis, esse ataque foi parecido com o que aconteceu em várias empresas no mundo há cerca de dois meses. “É um programa que se aproveita da vulnerabilidade do sistema. Ele entra e criptografa alguns dados e lança uma tela pedindo resgate das informações”, explicou.
O pedido de resgate ao qual Reis se refere é de US$ 300 em bitcoins, uma espécie de moeda virtual por máquina. Só o Hospital em Barretos possui cerca de 1.000 computadores.
“Esse tipo de invasão não escolhe a empresa, é aleatório. Vale ressaltar que as informações dos pacientes estão seguras e preservadas”, disse o coordenador da TI.
Segundo o médico e diretor clínico do Hospital, Paulo de Tarso, o atendimento em alguns setores foi suspenso. “É importante dizer aos pacientes que as situações de urgência e emergência estão sendo atendidas. Os que tiverem consultas e exames suspensos serão reagendado”, relatou.
A paralisação total da Unidade de Prevenção em Fernandópolis decorre de que os aparelhos dependem da tecnologia, dos computadores, para que possam funcionar. Para garantir a segurança do paciente, até que o sistema volte ao normal, o tratamento nessas máquinas foi parado, explicou o coordenador médico do departamento, Daniel Marconi.