Morre dona Bila, professora, artista e principalmente amante de Fernandópolis

20 de Agosto de 2025

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Morre dona Bila, professora, artista e principalmente amante de Fernandópolis

Morreu na noite de ontem, 4, aos 81 anos, professora e artista fernandopolense, Maria Aparecida Trevisan, mais conhecida como dona Bila. Seu corpo está sendo velado no Velório Municipal de Fernandópolis, de onde sairá o féretro às 15h30, para o cemitério da Consolação. 
Dona Bila era uma das filhas ilustres de Fernandópolis. Como professora de educação artística, ganhou centenas de admiradores ao longo dos anos por conta de sua paixão pela profissão. Já aposentada, continuava a encantar os fernandopolenses com seu trabalho artístico em azulejos. 
Em 2009 sofreu uma dura perda com a morte de seu marido e companheiro de todos os tempos Querton Ribamar Prado de Souza, mais conhecido como Dr. Querton, o atleta símbolo de Fernandópolis. 
Porém Dr. Querton e a arte não eram suas únicas paixões. No ano passado, CIDADÃO revelou sua eterna paixão pela leitura. 
Essa paixão era tão grande que, numa contagem superficial, é possível crer que ela já tenha lido mais de 15 mil livros em sua vida. A conta é simples: dona Bila lia em média cinco livros por semana; um ano possui 52 semanas e ela lia desde os12 anos de idade, ou seja, são 68 anos de leitura; portanto são 5 livros, vezes 52 semanas por ano, vezes 68 anos, o que dá um total de 17.680 livros ao longo de sua vida. 
“Não dá para contar não. Nunca parei para pensar nisso, mas eu leio cinco ou seis livros por semana. Teve época que eu lia muito mais, mas na época da faculdade, por exemplo, eu lia um pouco menos. Não sou muito apegada nesse negócio de televisão então meu passatempo é ler. Assim eu não falo mal de ninguém, não fico com minhocas na cabeça”, contou ela em entrevista ao jornal. 
Porém, a idade infelizmente não lhe trouxe apenas experiência.  Com ela veio algumas doenças e o médico recomendou repouso absoluto. Mas quem pensa que isso lhe tiraria sua maior paixão estava enganado. 
“Eu ia muito à Biblioteca, mesmo quando a Biblioteca não era grande como é hoje, eu já ia lá escolher livros e agora como não posso ir, as meninas da Biblioteca separam os livros para mim e um ex-aluno meu, que trabalha com entregas com sua moto, passa lá, pega e traz para mim e depois leva os que estão aqui comigo de volta”, completou à época. 
Seu autor preferido era Nicholas Sparks. Ela o conheceu por meio de um livro que pegou na Biblioteca Municipal e desde então não parou de acompanhar suas obras. Porém, o maior autor de todos os tempos para ela foi José de Alencar. 
“A leitura faz parte da minha vida. Pretendo continuar lendo até o fim dos meus dias, se Deus quiser”. E foi o que ela fez.