Já estamos entrando em março até agora o casal de idosos, senhor Marcolino dos Santos, 77 anos, e dona Luzia Machado, 67 anos, ainda não conseguiu resolver, ou sequer havia recebido explicação, sobre o carnê do IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano que recebeu este ano de 2017 e que chegou com aumento de 126,3% em comparação com ano passado.
O único imóvel que possuem é localizado na Rua Aicás, 312, no Jardim Uirapuru em uma rua de terra, que outro dia estava esburacada dificultando o acesso dos moradores. Em entrevista ao programa Rotativa no Ar da Rádio Difusora, nesta sexta-feira, 24, dona Luzia relatou o drama que vive desde que recebeu o carnê do IPTU com o valor de R$ 876,98. No ano passado, o mesmo imóvel pagou de imposto R$387,13. Segundo ela, o imóvel permanece o mesmo nos últimos anos, uma casa simples em uma rua de terra na periferia da cidade. “Nós ampliamos a varanda em 2008”, contou. “Não sei por que esse valor. A casa da vizinha, que é maior, paga R$ 250”, aponta.
Desde que recebeu o carnê, dona Luzia e o marido já foram à prefeitura, ao Poupatempo, onde mandaram que ela fosse até a OAB procurar advogado. “A gente é idoso e não dá para ficar andando pra lá e pra cá atrás disso”, reclamou.
Nos carnês de IPTU de 2016 e 2017, o imóvel aparece com aumento de área construída de quase 100m2. “Eles falaram que a casa tem varanda, mas isso nós fizemos há oito anos”, disse a idosa.
Cansada de buscar uma solução para o problema, dona Luzia decidiu contar o drama no programa Rotativa no Ar na expectativa de sensibilizar a prefeitura. Apesar de considerar o imposto absurdo, ela já pagou as mensalidades de janeiro e fevereiro.
OUTRO LADO
Nesta sexta-feira à tarde, 24, o ouvidor público municipal Flávio Coppi enviou esclarecimentos com base em explicação recebidas do Geoprocessamento da Prefeitura e fotos. Após ouvir o caso pela Rádio, ele se prontificou a buscar esclarecimentos. Segundo Coppi, consta que o morador procurou a prefeitura em 2016 para solicitar uma reavaliação do imóvel. A equipe de Geoprocessamento esteve no local e constatou que “a área construída do imóvel aumentou de 125 metros quadrados para 220 metros quadrados”. O morador teria sido avisado que o valor do imposto iria aumentar, fato que ocorreu este ano, já que o IPTU de 2016 já tinha sido lançado.
Coppi registrou ainda na explicação que a equipe de Geoprocessamento esteve no imóvel este ano, após o morador registrar a reclamação no Poupatempo e constatou que o mesmo não sofreu alterações em relação à visita anterior. A Prefeitura não explicou, contudo, se o valor cobrado é compatível com as benfeitorias que o contribuinte tem no bairro em comparação com outros bairros da cidade.