A ACIF – Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis -, encaminhou ontem, 17, à Câmara Municipal um ofício se posicionando de forma contrária ao projeto número 14/2017, de autoria da vereadora Neide Garcia (PP), que visa instituir o dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, como feriado municipal. De acordo com a entidade de classe, a criação de mais um feriado causaria um grande impacto negativo na economia local.
O ofício foi assinado pelo novo presidente da ACIF, Mateus Morales, que ainda anexou ao documento uma pesquisa de entidades representantes da indústria, comércio e serviços, demonstrando o impacto financeiro e as perdas nos setores empresariais, devido aos feriados em 2017, sem contar os feriados municipais.
“O próprio Dia Internacional da Mulher já é um memorial a mulher e aos seus direitos, ao qual nossa entidade sempre dá a devida atenção e respeito, estimulando as empresas associadas e a população a comemorar como tem que ser, porém, não é feriado”, consta no ofício.
Ainda de acordo com a ACIF, o projeto, que tem por finalidade dar ênfase a proteção aos direitos da mulher não traz nenhum efeito concreto à causa propriamente dita.
“Na verdade, entendemos que, um dia de feriado, parando toda a produção de um município em suas várias frentes de trabalho, sem um fim em si mesmo, sem um efetivo crescimento do direito da mulher, fica inócuo, e muito mais do que isso, ultrapassa o direito individual, já que muito atingirá o coletivo, ou seja, o bem comum”, completou.
O PROJETO
A vereadora Neide Garcia voltou à carga e apresentou, logo no início de seu novo mandato, o projeto para tornar o dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, feriado municipal.
Na legislatura passada, ela enfrentou forte resistência quando tentou aprovar projeto para que a data fosse considerada ponto facultativo nas repartições públicas. À época, com um discurso sobre a valorização da mulher e luta incessante em busca de direitos igualitários, Neide expôs que este era um pedido antigo de companheiras de trabalho.
“Em várias cidades do Brasil a data já é feriado estadual e ponto facultativo. Então eu propus também não com a intenção de ganhar mais uma folga. Mesmo sendo funcionária pública eu não quis me beneficiar disso, apenas atender à solicitação de algumas amigas de trabalho que também entendem ser importante”, disse a vereadora na ocasião.
Após um discurso acalorado do então vereador Maurílio Saves, (PRB), no entanto, o projeto acabou sendo rejeitado com nove votos contrários. Apenas Rogério Chamel (PSC), Humberto Machado (PDT) e a própria propositora votaram favorável a inclusão do ponto facultativo.
Agora, reeleita para seu terceiro mandato, além de trazer a questão de volta à Câmara, Neide ampliou a proposta para feriado municipal.
