No lugar de carrapichos, flores

20 de Agosto de 2025

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No lugar de carrapichos, flores

Lotes baldios com mato e entulho representam um desafio para a administração pública e um problema permanente para a população. Quem é vizinho de lote baldio sabe o tamanho do problema, quando o proprietário não cuida. Além do mato e entulho, o terreno vira criadouro de animais peçonhentos. Basta ver a grita da população em relação à proliferação de escorpiões por toda a cidade, sem contar a guerra para o controle do aedes aegypti. Escorpiões, caramujos africanos, aedes aegypti, cobras, ratos e outros insetos encontram nos terrenos sujos, condições ideais para proliferação.

Mas, em meio a esse mar de problemas, a reportagem do CIDADÃO  encontrou um jardim florido, a fazer inveja a qualquer praça pública de Fernandópolis. O belo exemplo é de uma moradora de 74 anos, dona Nilda Andrade Feitosa, filha de pai brasileiro e mãe japonesa que, incomodada com o terreno baldio ao lado de sua casa, comprou uma enxada e sementes e, pronto, no lugar de carrapichos surgiu um megacanteiro de coloridas flores que  já virou atração turística para os moradores da zona norte e até de visitantes de outros bairros e cidades. É comum ver pessoas paradas admirando o local e, claro, registrando uma selfie. 
Dona Nilda, que no ano passado aos 73 anos tirou carta de motorista, é casada com Arnaldo Feitosa Gratan. Depois de morar 40 anos em São Paulo, o casal decidiu retornar para Fernandópolis. 
Ela e marido moram na Rua Koei Arakaki, em uma área conhecida como Loteamento Arakaki. Fica encravado entre os bairros Jardim do Trevo e Parque dos Jacarandás, vizinho da Secol. O terreno jardim fica na esquina da Koei Arakaki com a Rua Ricardina Batista. 
Ao CIDADÃO dona Nilda contou que desde que mudou no bairro há três anos, ficou incomodada com os lotes baldios onde proliferava carrapicho e mato. Era difícil até caminhar pela calçada. Não esperou que a prefeitura resolvesse o problema. Arregaçou as mangas, comprou uma enxada e começou a capinar o lote ao lado de sua casa, inclusive o meio fio, onde o mato crescia abundante. Depois de duas capinas, percebeu que poderia ir além. Resolveu plantar flores para controlar o mato que insistia nascer. O resultado é um lote inteiro florido, livre de carrapichos. Mais do que um bom exemplo, é uma prova de amor pelo lugar onde mora. 
Toda a extensão do lote na esquina recebeu sementes da planta conhecida popularmente como “capitão do mato” e que cientificamente é identificada como “zínia elegans”.  A luz solar e a boa ventilação garantem uma florada duradoura. É de fácil cultivo e pode ser plantada em qualquer época do ano. A diversidade de formas e cores faz do local um ponto de atração por quem não está acostumado com cena como essa.  Quem passa pelo local não esconde o olhar de encantamento e alegria em ver um “lote jardim” tão florido e que atraiu outros visitantes: borboletas e abelhas. Na mesma área, outro vizinho resolveu também plantar um flamboyant que já começa a florir. 
A floração ocorreu há pelo menos três meses e segundo Dona Nilda deve durar mais dois meses. As plantas se renovam automaticamente, já que as sementes caem e nova leva de  zinia já começa a nascer.  “Enquanto o dono não construir, vou manter esse jardim”, diz a moradora.