O fernandopolense que fez da crise uma história de sucesso

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

O fernandopolense que fez da crise uma história de sucesso

Roberto Pereira da Silva Junior, 24 anos, é um fernandopolense que usou uma estratégia antiga e de um limão fez uma limonada. Em outras palavras, após receber o diploma de Engenheiro de Alimentos na FEF, Roberto encontrou um mercado de trabalho em crise e fechado às oportunidades. Em vez de se lamentar, usou a crise a seu favor. Dois anos depois ele virou uma grife das mais baladas festas de Fernandópolis e região. “É em uma crise que conseguimos ter as melhores ideias e um caminho novo a trilharmos”, diz nesta entrevista para o CIDADÃO. Um passeio pela sua página no facebook mostra porque está fazendo tanto sucesso. Ele abriu sua empresa a “Roberto Pereira Doces Finos e Bolos” e já sonha com seu próprio espaço para ter seus produtos para pronta entrega. No cardápio ele já se orgulha de suas próprias criações. Roberto é um jovem empreendedor da periferia de Fernandópolis. Mora na Rua Salvador Carareto, 111 – Cohab João Pimenta. O contato dele é o celular: (17) 99638-3231.

Dois anos após se formar Engenheiro de Alimentos, como você se define hoje na profissão?
Posso me definir uma pessoa feliz e grata a Deus pelas oportunidades a mim concedidas. Na faculdade tive a chance de fazer bons estágios, me dediquei a eles e com os ensinamentos adquiridos sigo nesta profissão que além de fazer com amor e carinho (essencial para o sucesso), procuro me especializar cada dia mais, buscando novos cursos ministrados por renomados chefes como Diego Lonzano, Ewald Nother, Bachour, Emmanoel Hamon, Carles Mampel, com a grandiosíssima cake designer Ana Elisa Salinas.
Quando começou o curso quais eram seus planos?
Quando pensei em fazer um curso nível superior, sempre quis algo voltado para cozinha, meu sonho era fazer gastronomia, mas por ser um curso muito caro e não ter na região, optei em fazer a engenharia que era o mais próximo em trabalhar com alimento. No inicio do curso, planejava em trabalhar com cerveja ou indústria de chocolate.
Após a formatura, você buscou o mercado de trabalho? O que encontrou, de alguma, forma te frustrou?
Formei-me em uma época não muito propicia à oportunidades de emprego, conclui o curso no segundo semestre, em época de eleição e Copa do Mundo, e a crise que o pais se encontrava o mercado estava um pouco saturado, fiquei um pouco frustrado, pois estudei quatro anos e meio e queria muito ter trabalhado onde planejei no início de minha vida acadêmica.
Podemos dizer que você fez de uma dificuldade, uma oportunidade?
Sim, pois é em uma crise que conseguimos ter as melhores ideias e um caminho novo para trilharmos.
Como foi o início, quando começou a produzir os doces e bolos?
O meu estágio da faculdade foi em uma padaria muito bem conceituada em São José do Rio Preto, onde ali supervisionava controle de qualidade, estoque, entre outros. No estágio nunca tinha feito um bolo ou doce, apenas ficava olhando e observando. Mas em casa, os bolos da família quem sempre fazia era eu. Um dia uma amiga de minha tia precisava de um bolo e minha tia pediu para fazer. No começo fiquei assustado, pois fazia só para casa e nem sabia decorar, mas aceitei o desafio e fiz o bolo e compartilhei na minha rede social, a partir dali as encomendas começaram a aparecer.  Depois apareceu um casamento para fazer e a noiva queria que fizesse os docinhos, então fui atrás de cursos para me aprimorar e poder dar continuidade ao trabalho.
Hoje você é capaz de atender grandes encomendas? Já tem estrutura para isso?
Claro que sim! Inclusive já organizo várias festas de grande porte. Tenho o maior carinho pela minha equipe, sempre tendo o cuidado de passar todos meus conhecimentos, para que assim saia um trabalho padronizado mantendo sempre em primeiro lugar a qualidade, que é o meu lema. Assim contribuo na realização de sonho de cada cliente que atendo.
Você disponibiliza uma gama variada de produtos? Em que o curso de Engenharia de Alimentos te ajudou neste projeto?
Tenho um cardápio com vários tipos de bolos e doces, mas sou flexível na escolha e gosto do cliente. Assim consigo também disponibilizar produtos personalizados. A engenharia me ajudou e me ajuda muito em minha profissão escolhida, pois com ela aplico as boas práticas de fabricação e desenvolvimento de novos produtos.
Qual foi a estratégia que usou para propagar seu trabalho?
Graças ao meu profissionalismo e atenção a clientes, meu trabalho foi se propagando do velho modo, o “boca a boca”. Isso é o que me deixa mais feliz, pois tenho clientes fidelizados desde o começo. As redes sociais também foram e são um ponto forte da minha divulgação.
Você hoje é apontado como uma das grifes obrigatórias nas principais festas e casamentos de Fernandópolis. Essa receptividade é uma surpresa?
Surpresa, não é bem a palavra, fico feliz por estar sendo reconhecido, pois este trabalho também é árduo e minucioso. Abdico de encontros familiares e festas com amigos, pois são nos finais de semana que preciso ter toda a atenção e pontualidade com meus clientes.
Já ultrapassou os limites de Fernandópolis?
Sim, graças a Deus tenho clientes em toda nossa região, e também em outros estados. Já teve cliente que levou bolo de 4 kg no colo, daqui até em Caçu-GO (320 km de Fernandópolis). Fiquei muito feliz, pois sei que todo este esforço foi por gostar de minhas delícias (risos).
Entre os doces que confecciona, tem um que já é “figurinha carimbada”, ou seja, tem que estar em todas as festas?
O do momento é o bombom ‘Rafaello’, que criei inspirado no bombom rafaello, ele já é um dos queridinhos entre minhas noivas e mães. Outro também que é sensação é o ‘bombom sonho de casamento’, que por ventura é de minha autoria, vindo para satisfazer os mais diversificados paladares.
Quem é Roberto Pereira? Fale do antes e do depois?
É um sonhador, que sempre quis trabalhar com que ama, é muito grato pelo que conquistou e meus sonhos não tem fronteiras.
Aonde você quer chegar?
Quero para um futuro breve ter meu espaço onde as pessoas terão meus doces e bolos para pronta entrega. E quero ir até onde Deus me permitir, comecei muito novo e tenho tempo garantido para aperfeiçoar cada vez mais e com isso o crescimento é uma consequência.
Qual a maior lição de vida que você aprendeu nesta caminhada?
Minha maior lição que tiro de tudo até agora, é de que não somos nada sem o apoio de nossos familiares, amigos e equipe. Agradeço a Deus e a vocês por todo carinho, ajuda, compreensão, etc... E digo mais, isso tudo é por vocês!