A ACIF - Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis vai comemorar no dia 27 de outubro 55 anos de fundação. A comemoração será em um café da manhã, na quinta-feira, 27, no salão de convenções da entidade às 8 horas, que pretende reunir comerciantes e empresários da cidade. Desde o primeiro presidente, Armelindo Ferrari em 1961, até os dias atuais com o presidente Dirceu Miralha, a Associação Comercial foi instrumento para impulsionar o comércio da cidade, hoje o maior gerador de empregos na cidade. Nos últimos 20 anos, os presidentes da ACIF contam com um colaborador eficiente, um verdadeiro “braço direito”. O gerente administrativo Geraldo Paschoalini conta nesta entrevista ao CIDADÃO um pouco dessa entidade que já está trabalhando para projetar os próximos 30 anos. “Nossa cidade está inserida na região do futuro do Estado de São Paulo. Nos próximos 10 ou 15 anos teremos muita surpresa boa para nossa região”, aposta. Confira a entrevista:
A ACIF está completando 55 anos de fundação. Na sua visão, de alguém que vive a entidade há mais de 20 anos, o que representa a ACIF para a cidade e para os empresários?
Sempre é importante lembrar-se de todos que fizeram a história da ACIF, desde os fundadores, pois foram eles que iniciaram com muita determinação e coragem esta entidade tão representativa. E a todos os empresários que, de forma voluntária, presidiram nossa associação. Quero destacar alguns colaboradores que aqui passaram e ajudaram a construir essa história, como a Cleonice Aparecida Machado, a Regina Mara Fernandes, onde fomos companheiros de trabalho por muitos anos e outros que hoje se tornaram empresários ou que trabalham em empresas de grande importância no cenário empresarial. A ACIF sempre participou da vida política de Fernandópolis, seja reivindicando ações mais efetivas do Poder Público, seja apoiando iniciativas de vinham de encontro com os anseios da classe empresarial. Através dos serviços do SCPC, cursos de capacitação, palestras de motivação, gestão financeira, vendas, atendimento e temas de orientação para os setores produtivos, sempre buscando parcerias com Instituições como o SEBRAE, SENAC, SENAI, a Associação Comercial sempre esteve engajada na busca de soluções alternativas e eficazes para às empresas.
Nesse período de 20 anos, experimentamos grande evolução tecnológica que exigiu da entidade mais do que nos outros 35 anos. Como foi se adaptar às novidades?
Quando iniciei na ACIF o acervo de tecnologia era muito pequeno, tínhamos um micro Windows 386 e um 486, a maioria do atendimento era concentrado no SCPC e muitas vezes a pesquisa era através de fichas dos apontados arquivadas nos armários, as informações eram locais e ou regionais. Hoje o nosso Banco de dados é o maior da América Latina com servidores instalados na ACIF, na Sede Boa Vista Serviços na capital paulista e em máquinas parrudas fora do país e as informações contidas são alimentadas pelas empresas, bancos e Associações Comerciais de todo o território nacional. Quanto à adaptação foi tranquila, pois sempre tivemos na equipe jovens colaboradores e esses então nos auxiliam nas transformações pertinentes que foram constantes e significativas.
Qual foi a mudança que exigiu maior empenho e teve maior resistência?
A ACIF sempre procurou ser referência para a região e até prêmios estaduais conquistamos nos últimos anos, no entanto, toda mudança requer medidas corajosas que nem sempre são bem recebidas pelos associados. No natal de 2014 criamos a “campanha moro e compro aqui” toda voltada para a tecnologia, através de um software que armazenava as informações dos consumidores. O objetivo foi criar um banco de dados que servisse de subsídios para a ACIF e associados a tomarem decisões com mais segurança em seus negócios. Acabou não dando muito certo, recuamos, mas acredito que no futuro será a tendência, até porque, muitas Associações Comerciais pelo Brasil afora já utilizam com sucesso essa ferramenta.
Os presidentes que passaram pela entidade, são empresários que têm suas atribuições e você é apontado como o braço direito deles na gestão. Como é gerenciar essa responsabilidade?
Quando confiam no nosso trabalho nos sentimos confiantes e tudo fazemos para não decepcionar, porém a responsabilidade é maior. Eu sempre tive muito orgulho de ter trabalhado com Presidentes como o Luís Antônio Arakaki, José Sequini Junior, Ivan Pedro Martins Veronesi, Neoclair José Morales, Carlos Takeo Sugui e atualmente com o Dirceu Miralha dos Reis. Tivemos momentos difíceis, mas sempre convergimos para a solução.
Qual a importância da ACIF para o comércio e indústria local?
Sempre acredito que podemos fazer hoje melhor que ontem e amanhã melhor do que hoje. A ACIF fez muito pela classe empresarial, mas ainda não tudo que os empresários merecem e precisam. O papel mais importante e significativo é o de sempre buscar informações e orientações para os associados. O empresário tem que encontrar na ACIF um local onde possa ter soluções que auxiliam na melhoria dos seus negócios. Nem sempre conseguimos, mas procuramos parcerias que podem ajudar a amenizar essas deficiências, até porque somos conscientes que não dá pra fazer tudo, mas sempre procurar dar o melhor!
O comércio de Fernandópolis é o carro chefe na geração de empregos e renda na cidade. Como este setor está enfrentando essa crise econômica?
Nossa orientação é que nos momentos de crise o empresário tem que ser ainda mais arrojado, corajoso e inovador. Procurar investir em software de gestão confiável, capacitar ainda mais a equipe e se capacitar também, pois muitas vezes falta liderança nos negócios e esses gestores transferem toda a responsabilidade para os funcionários. É preciso compartilhar para facilitar, buscar sempre a excelência dos produtos e serviços que são ofertados ao consumidor. Quando uma empresa abre suas portas e em pouco tempo encerra suas atividades, percebemos que o empreendedor montou o negócio no susto ou até mesmo por necessidade, pois havia acabado de perder o emprego, e na maioria dos casos não procura a ACIF, não faz plano de negócios, nem pesquisa o mercado concorrente. Enfim, nossa orientação é que corra riscos, mas calculados, e hoje temos ferramentas pra isso, despesas fixas enxutas, investimento em tecnologia, tornam as empresas mais competitivas!
O que preocupa mais o empresário, a queda nas vendas ou inadimplência?
Na verdade as duas são extremamente preocupantes, mas quando caem as vendas fica tudo mais difícil, uma das alternativas é trabalhar ainda mais e buscar na crise alguma oportunidade. Quando está correndo tudo muito bem, na maioria das vezes muitas empresas deixam de investir em treinamento, capacitação da equipe, novas estratégias, pois os negócios estão em alta. Quando chega a crise é preciso se reinventar e ficar de olho nas alternativas que o mercado concorrente está buscando. Nesse momento o empresário de vanguarda procura ler muito, participar de congressos, feiras do seu segmento, aumentar o seu network. Quanto à inadimplência, se o mercado está aquecido ela também é menor, pois tem mais dinheiro em circulação, nesses momentos é importante tomar os devidos cuidados, fazer um bom cadastro do cliente, consultar sempre o SCPC da ACIF, enfim vender com mais segurança. Se o mercado está em crise, a inadimplência aumenta e o que recomendamos é que também sejam muito criteriosos nas vendas.
Neste período que está na ACIF, qual foi o momento de maior euforia? E o de maior pessimismo?
Já chegamos a ter 1.000 associados, 21 colaboradores e um leque de serviços bem maior, tínhamos o PAE – Posto de Atendimento ao Empreendedor, CBMAE – Câmara Brasileira de Medição e Arbitragem Empresarial, Núcleo de Jovens Empreendedores, CMEE – Conselho da Mulher Empresária e Empreendedora, Programa Empreender com sete núcleos empresariais diferentes, Posto da Jucesp, o Sincomércio era junto com a ACIF, inclusive o mesmo Presidente para as duas Entidades. Quanto ao pessimismo não houve, pois a ACIF sempre foi otimista, e não pode ser diferente, tivemos sim, momentos difíceis, com a sensação que poderíamos ter feito mais e melhor!
Depois de realizar algumas promoções institucionais sem prêmios, a ACIF está com a promoção de Natal com sorteio de carro e motos. Como está a recepção no comércio?
Ainda não está como deveria, precisamos que mais empresas participem da campanha para cobrir o custo e também para contagiar todo comércio em um clima natalino super positivo. A premiação está excelente um carro e duas motos zero quilometro e mais centenas de prêmios instantâneos na Seladinha. Para uma campanha ser regularizada junto a Caixa as despesas com taxas, despachantes, cartório, imposto sobre o valor da premiação é muito alto, portanto precisamos que mais empresas adiram à promoção. Hoje o empresário avalia muito o custo benefício e nós concordamos com ele, no entanto é preciso pensar no sentido de união do comércio, quanto mais empresas participando melhor pra todos, ganham comerciantes, os consumidores e consequentemente a cidade.
Você que está na ACIF há muitos anos, já viu e ouviu se falar muito na revitalização do centro comercial de Fernandópolis. Vê alguma perspectiva?
Vejo sim e certamente será uma das bandeiras defendida pela ACIF, junto à próxima gestão municipal. Na gestão do então prefeito Luís Vilar de Siqueira, foram realizadas varias reuniões na ACIF com os comerciantes do centro comercial e a aprovação de um projeto foi praticamente unânime, não sabemos por que não foi concretizado, pois não enviaram nenhuma informação dizendo o motivo. Nossa diretoria irá conversar com o futuro prefeito André Pessuto para retomar o projeto e coloca-lo em prática.
O Presidente atual da ACIF, Dirceu Miralha sempre tem ressaltado que apesar da crise, o comércio de Fernandópolis tem dado demonstração de sua força e atraído grandes redes (McDonalds, Burger King, entre outros exemplos). O que leva esses empresários a decidirem pela cidade?
As lojas de rede e franquias avaliam muito o mercado consumidor da cidade, micro região e cidades de outros Estados, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, que consomem aqui em Fernandópolis, outros motivos como os serviços de saúde, faculdades, grandes lojas de materiais para construção, grandes eventos musicais, gráficas de referências, supermercados, óticas, Shopping Center que aqui temos, ajudam a tomar as decisões de investimento. Por outro lado temos empresários muito arrojados e corajosos em Fernandópolis, que investem e apostam em nossa cidade, pois enxergam retorno de seus negócios a médio e longo prazo por uma série de fatores.
Você acredita no projeto da ZPE de Fernandópolis?
Sim, acredito, pois o trabalho que o José Carlos Zambom desenvolveu a frente da diretoria da AZPEF foi muito sério e tenho certeza que dará ótimos frutos. Tive a oportunidade de conhecer o atual presidente e o vice presidente e acredito que em breve teremos boas notícias. A ZPE é um projeto muito abrangente que irá beneficiar não somente Fernandópolis, mas sim toda a região, inclusive o Polo Logístico Intermodal voltará a ser discutido. Em quanto tempo começará a gerar emprego ainda não sei estimar, mas em pouco tempo poderemos ter esse planejamento definido, se em 02, 05, 10 ou 15 anos.
O que sonha para a ACIF e Fernandópolis?
Estamos trabalhando no projeto ACIF 2030, onde serão definidas ações para colocar a a entidade em uma posição de destaque ainda maior. Buscaremos ajuda de outros profissionais para fazer esse planejamento juntamente com os novos diretores e também a nossa atual equipe de colaboradores, que serão os responsáveis para tocar o projeto nos próximos anos até 2030. Para Fernandópolis sonho com um futuro brilhante, acredito que a cidade está inserida na região do futuro do Estado de São Paulo, nos próximos 10 ou 15 anos teremos muita surpresa boa para nossa região. Outras regiões do Estado já estão hiper avançadas em tecnologia e em desenvolvimento industrial, agora será a nossa vez. Para isso temos que trabalhar para não perder o bonde, termos iniciativas convergentes ao desenvolvimento para que isso realmente aconteça, ações e decisões politicas efetivas para colocar nossa cidade em destaque. Com tudo isso a ACIF deverá manifestar nos projetos e questões como, decoração natalina no centro e avenidas, revitalizar o centro comercial da cidade, ambulantes, melhorar calçadas das avenidas, marginais, praças, entradas da cidade, novos loteamentos com avenidas comerciais, anel viário, vagas de garagem e rebaixamento de guias com critérios definidos, preservação de prédios considerados da história do município, ampliar o atendimento da Área Azul e a ZPE. Estes assuntos precisam sempre estar em uma agenda ativa, é um pouco do que sonho para Fernandópolis.