A morte inesperada da fundadora da ADVF - Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis, Célia Aparecida Fontes Lopes Mafra impactou o domingo dos fernandopolenses. Ela foi encontrada caída no banheiro de casa, socorrida à Santa Casa, não resistiu. Nas redes sociais, a notícia causou comoção.
Célia Fontes Mafra, 50 anos, foi a fundadora da Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis, desenvolvendo uma luta para melhorar as condições de vida dos deficientes visuais, entre eles, um filho. Atualmente era diretora de projetos da entidade. Também integrou o Conselho Tutelar de Fernandópolis.
Durante todo o tempo, Célia batalhou por acessibilidade e que a cidade pudesse desenvolver ações de inclusão dos portadores de deficiência. Lutou por leis, inclusive a que exigia que restaurantes e casas de lanches disponibilizassem cardápios em braile.
Na Câmara, anos atrás, fez um discurso duro, cobrando da classe política maior atenção para as entidades do terceiro setor, que assumem uma responsabilidade do poder público e que acabam esquecidas, abandonadas, por esse mesmo poder público.
Pouco tempo atrás foi abalada pela morte do marido em que se escorava para lutar e ser os olhos dos deficientes visuais.
No último post em rede social ao falar da morte do ator Domingos Montagner da Rede Globo, Célia indagava: “O que somos nós? Nada. Absolutamente NADA. Que sirva para refletirmos que não vale a pena perder tempo com sentimentos ruins. A vida é um sopro, e, quando menos se espera, até um simples lazer pode tirá-la de você”.
Neste domingo, seu coração perdeu a batalha pela vida. Assim como Nice Carmelengo, que morreu no início do mês, Fernandópolis perdeu mais uma líder comunitária que não precisou de cargo público ou palanque político para espalhar o bem. Célia Fontes Mafra abraçou uma causa e morreu por ela. Mas, fica o legado que a história não vai ignorar jamais.