A frase acima é do capitão Kenji Takebe Junior, 40, que assumiu o em junho passado o posto de comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar de Fernandópolis substituindo o capitão Rodney Dutra Hernandes, que foi para Jales. Nesta entrevista ao CIDADÃO, o novo comandante aponta que Fernandópolis é uma cidade bem estruturada e tem uma população que respeita as leis. Sobre o aumento de ocorrências de furtos e roubos, ele lembra que isso faz parte de uma tendência no Estado. “Atualmente estamos enfrentando uma crise econômica e com altos índices de desemprego, causando um desequilíbrio social”, explica. Todavia, ele lembra, muitas vezes a população acostumada a tranquilidade do interior deixa de cuidar de sua segurança primária, que seria trancar o carro, tirar a chave do contato ao estacionar a moto, fechar o portão de casa, não ostentar dinheiro e joias publicamente, com isso, facilitando assim a ação de pessoas mal intencionadas. Ainda assim, Takebe afirma, a cidade é segura, lembrando que Fernandópolis, por exemplo, é uma das poucas cidades da região que ainda não registrou assaltos a bancos. “Isso é reflexo do bom serviço prestado pelos policiais militares de Fernandópolis”, aponta.
Natural de Araçatuba, Kenji Takebe ingressou na Polícia Militar em 1997, através da Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Já trabalhou nas cidades de São Paulo, Jales, Cardoso, Riolândia, Votuporanga e agora está em Fernandópolis, no comando da PM. Por isso vamos conhecê-lo:
O senhor assumiu o comando da 1ª Companhia da Polícia Militar em Fernandópolis em junho. Como avalia esses primeiros meses de trabalho na cidade?
A cidade de Fernandópolis é muito bem estruturada e a população respeita as leis e o próximo, isso facilita o trabalho da Policia Militar, nossos policiais trabalham e moram na cidade, conhecem o cotidiano e a população, e acima de tudo são compromissados com a segurança da população, por esse motivo, estamos entre os municípios mais seguros do Estado de São Paulo.
Fernandópolis está completando um mês do retorno da Operação Delegada. Como funciona esse trabalho? Já é possível fazer uma avaliação?
Através de um convênio entre o município de Fernandópolis e o Estado de São Paulo é possível que desenvolvamos a Atividade Delegada em nossa cidade, que nada mais é que aumentar o efetivo nas ruas empregando os policiais militares voluntariamente e de folga, desenvolvendo operações de combate à criminalidade, fiscalização de trânsito, policiamento ostensivo, etc. Desde o retorno da atividade delegada, em agosto, temos priorizado o emprego de policiamento a pé no centro da cidade, região com muitas lojas e bancos, com o intuito de estreitar o relacionamento dos policiais com a sociedade, possibilitando receber informações e sugestões para que possamos prestar um melhor serviço, tudo isso dentro dos princípios de polícia comunitária.
A Polícia Militar tem realizado diversas operações inclusive utilizando o helicóptero Águia, como recentemente, ou mesmo mobilizando grande número de viaturas como na semana passada na zona norte da cidade. Essas ações têm atingido o objetivo? Serão mais frequentes?
Nosso principal objetivo é trazer segurança para a população de Fernandópolis, com esse intuito já realizamos algumas operações de grandes proporções e algumas pequenas que não chamaram tanto a atenção, mas que atingiram o objetivo esperado. Todas as operações são baseadas em denúncias, anônimas ou não, e que são averiguadas pelos policiais, por esse motivo é importante a participação de todos para ajudar a policia a diminuir a incidência de crimes.
A primeira companhia da PM possui contingente policial e viaturas suficientes?
A Polícia Militar estabelece alguns critérios objetivos para a distribuição de efetivo nas cidades, que são: quantidade de população, incidência criminal, quantidade de ocorrências, etc. Por esse motivo é possível afirmar que o efetivo existente atualmente em Fernandópolis atende as nossas necessidades, porém, não estamos em uma situação confortável e com sobra de efetivo, temos que administrar bem os recursos e empenhá-los da melhor maneira possível nos locais que mais estão precisando, uma vez que podemos utilizar a Atividade Delegada e a DEJEM para as nossas necessidades especificas e realizar operações.
O último relatório da Secretaria Estadual da Segurança Pública apontou que nos primeiros sete meses do ano (Janeiro a Julho), houve aumento de ocorrências de furto (+17,2%) e de roubos (104,7%). O que pesa para essa elevação da estatística?
Houve elevação nos índices criminais em praticamente todo o Estado, não só no município de Fernandópolis, atualmente estamos enfrentando uma crise econômica e com altos índices de desemprego, causando um desequilíbrio social, sendo esse um dos grandes motivos, entretanto, aliado a isso, muitas vezes as pessoas acostumadas à tranquilidade do interior passam a se descuidar de seus pertences, ou seja, deixa de cuidar de sua segurança primária, que seria trancar o carro, tirar a chave do contato ao estacionar a moto, fechar o portão de casa, não ostentar dinheiro e joias publicamente, com isso, facilitando a ação de pessoas mal intencionadas. Muitos dos casos registrados na cidade envolvem menores de idade.
Como a população pode contribuir para ajudar a reduzir esses delitos?
Como mencionado na resposta da pergunta anterior, a população pode contribuir realizando a chamada segurança primária, ou seja, trancar o carro, tirar a chave do contato ao estacionar a moto, fechar o portão de casa, não ostentar dinheiro e joias publicamente etc.
Qual a característica, por exemplo, do furto de veículos? Quem é o autor e a vítima?
A grande maioria dos veículos furtados são motocicletas com ano de fabricação elevado, ou seja, motos que muitas vezes são acionadas com qualquer tipo de chave parecida, sem qualquer tipo de trava ou alarme adicional, e que por ser antiga e de baixo valor o proprietário deixa de tomar algumas precauções na sua guarda, deixando inclusive chave no contato e capacete, estacionando em locais ermos e pouco iluminados, etc.
Qual a contribuição do tráfico de drogas no resultado final das estatísticas da violência?
Analisar os efeitos do “tráfico de drogas” é muito complexo, mas em linhas gerais podemos afirmar que o tráfico de drogas está ligado a todo tipo de delito, seja para patrocinar a compra de grandes quantidades de entorpecente pelo traficante para comercializar ou pelo usuário para manter o seu vício, e dentro desta linha de raciocínio podemos afirmar que o grande patrocinador do crime é o usuário.
Recentemente surgiu a novidade do Pokémon Go que levou muita gente, principalmente jovens à praça. Isso contribuiu para aumento de registro de ocorrências de roubo ou furto? Qual a orientação da PM?
A utilização de aplicativos no celular deve ser usado sempre com atenção e nunca fornecer dados pessoais e de pessoas próximas, e nem revelar a rotina pessoal, com relação ao Pokémon Go, é de conhecimento que todos os dias várias pessoas se reúnem na praça da matriz para “caçar” Pokémon, por esse motivo estamos intensificando o patrulhamento no local, orientamos a ter atenção no trânsito, principalmente ao atravessar a rua e a não se descuidar ao que acontece à sua volta, pois, algum oportunista pode se aproveitar do descuido para efetuar um roubo ou furto.
Na região, Fernandópolis é uma das poucas cidades onde não foi registrado assalto a bancos ou caixas eletrônicos. Qual seria a explicação?
Isso é reflexo do bom serviço prestado pelos policiais militares de Fernandópolis, os quais não medem esforços para garantir a segurança da população, lembrando que aliado a esse eficiente policiamento ostensivo e preventivo temos também as rondas das viaturas de Força Tática e das Rocam, as quais contribuem de forma significativa para evitar esse tipo de crime.
Sobre o aspecto da segurança pública, Fernandópolis é uma cidade tranquila ou gera alguma preocupação para a Polícia Militar? Qual o ponto sensível?
O 16º Batalhão de Policia Militar do Interior possui cinco companhias, nas cidades de Fernandópolis, Votuporanga, Cardoso, Jales e Santa Fé do Sul, responsável por 49 municípios na totalidade, e podemos afirmar através das estatísticas e comparando com cidades do mesmo porte que nosso município é bem tranquilo, mas estamos trabalhando diariamente para reduzir ainda mais nossos índices criminais.