O vice-prefeito de Fernandópolis e presidente da AZPEF – Administradora da Zona de Processamento de Exportação de Fernandópolis – José Carlos Zambon (PROS) pediu ontem, 15, em discurso ponderado, porém direcionado, para que o projeto não seja levado para o campo político, durante uma reunião com representantes da Valec sobre a instalação de um ramal férreo na ZPE.
O discurso de Zambon se deu após correligionários do deputado Fausto Pinato (PP) afirmarem que o parlamentar estaria dando o pontapé inicial na ZPE, ao trazer técnicos da Valec para discutir a construção de um ramal férreo ligando a área da ZPE a Ferrovia Norte/Sul.
A intervenção do deputado foi vista como oportunismo por grupos ligados a administração municipal, já que Pinato nunca escondeu sua descrença em relação ao projeto. Zambon não tocou diretamente nesse assunto, mas deixou claro que essa não é a hora de se fazer política.
“Não é, meus senhores, um pontapé inicial de ZPE, nós estamos já aos 44 minutos do segundo tempo. Estamos trabalhando diuturnamente de maneira silenciosa, justamente para não atrapalhar a vinda de investidores. Não vamos levar para campo político, pelo amor de Deus. Nunca falamos em ZPE do dia para a noite, nunca falamos que é de imediato, que vai gerar tantos empregos. Então não vamos nos perder em questões políticas, é isso que eu peço”, disse o vice-prefeito.
Zambon ainda lembrou de todo o trabalho que já foi feito, como a prorrogação do prazo para implantação e a aprovação do pré-alfandegamento pela Receita Federal, o que, segundo ele, teria motivado alguns investidores.
“Graças a Deus, dia 22 teremos a abertura dos envelopes dos interessados. Posso adiantar para vocês que temos dois grupos que estão acenando para o investimento. Então a gente pede muita calma, muita lisura nessa hora, pois aqui não ganha a prefeita, não ganha o Zambon, quem ganha é a comunidade de Fernandópolis, é a região. Os estudos já mostraram que a cada emprego gerado dentro da ZPE, cinco ou seis são gerados do lado de fora. Todos então serão beneficiados”, completou.
O RAMAL
O ramal de acordo com o que foi apresentado por Paulo Lanna, diretor de planejamento da Valec e Francisco L. B. Costa, consultor geral da empresa, irá custar algo entorno de R$ 18 milhões que poderão ser custeados de três formas.
“São 2,8 mil metros, se não me engano, e a Valec pode construir com recursos da própria construção da Norte/Sul, se isso não for possível, nós podemos negociar com a ALL, agora na renovação do contrato de concessão, que ela faça esse investimento que é favorável a todos, e se ainda isso não for possível nós podemos, na época da concessão para a Norte/Sul, colocar como obrigação da nova concessionária a construção do ramal. Então eu posso garantir para vocês que o ramal vai sair”, disse Paulo Lanna.
Este ramal irá interligar a ZPE aos trilhos da Norte/Sul e aos da ALL nos dois sentidos, seja em direção ao porto de Santos ou receber insumos da Norte/Sul.
“A ideia é fazer um pátio de articulação completo, que conecte a Ferrovia Norte/Sul, a malha da ALL e a ZPE. Então seria um complexo que tem todo o potencial para ser multimodal na medida em que a ZPE avançar”, concluiu Francisco Costa.
