Domingo, dia 5 de junho de 2016. Essa data ficará marcada para sempre na mente e no corpo de Fabiana Mara Pereira, de 28 anos. A jovem, mãe de três filhos, foi violentamente espancada por seu namorado, Emerson Tanganeli, de 38, com uma barra de ferro e golpes de machado. O motivo de tamanha violência, Fabiana contou em entrevista exclusiva ao CIDADÃO, no dia em que ganhou alta da Santa Casa de Fernandópolis.
O caso de Fabiana seria apenas mais um em meio às dezenas de registros de violência contra a mulher na cidade, não fosse a repercussão causada pelas cenas do crime e as imagens dos inúmeros hematomas no corpo da jovem que foram postadas nas redes sociais acompanhadas de um pedido de ajuda (veja no fim da página).
Tudo começou no sábado, 4, segundo Fabiana. Ela conta que fez um churrasco em casa para a família e Emerson, que era namorado de Fabiana, apareceu. Já há algum tempo ela tentava terminar o relacionamento por conta do ciúme excessivo dele, mas Emerson não aceitava o fim do namoro.
Após o churrasco, a família de Fabiana foi embora, ficando apenas ela, a irmã, os filhos e Emerson na casa. Todos foram dormir, até que por volta das cinco horas, ela acordou com Emerson a chamando para ir ao sítio onde ele trabalhava.
“Ele disse que a patroa dele estava lhe ligando para ele ir lá colocar sal para o gado. Então ele me chamou para ir com ele para matarmos um frango e fazer uma galinhada para o meu filho que estava com vontade. Eu não estava muito bem do estômago, mas disse para ele que se fosse rapidinho eu iria”, contou ela.
Naquele momento ela não sabia quais eram as verdadeiras intenções do amásio. “Chegando lá eu tinha piorado e ele disse para eu deitar na cama enquanto ele ia cuidar do gado e assim eu fiz. Passou um tempo ele voltou todo alterado, gritando, dizendo que eu não gostava dele, que estava o traindo. A gente começou a discutir e ele me pegou pelo pescoço, tentando me matar enforcada e eu comecei a gritar por socorro. Foi quando ele pegou um pedaço de ferro e começou a me bater na cabeça eu continuei gritando e ele começou a me dar machadadas”, continuou.
Ela então começou a implorar para ele não a matar, pois tinha três filhos para cuidar. Tudo em vão. “Eu pedia para ele não me matar e ele apenas ria, parecia que estava possuído. Consegui escapar dele e corri para o banheiro para tentar trancar a porta até chegar socorro, mas ele foi atrás e voltou a me dar machadadas até eu desmaiar”, lembrou Fabiana.
Pensando que estava morta, Emerson então a arrastou para fora da casa, a jogou no meio do mato e fugiu. Quando ela acordou, gritou por socorro e o morador de um sítio vizinho a encontrou toda ensanguentada.
“Usei o resto das forças que eu tinha para gritar por socorro até que um vizinho me achou e ligou para o resgate e para a polícia. Depois disso só lembro do pessoal do resgate ajoelhado ao meu lado e mais nada”, concluiu.
Fabiana foi levada para o Pronto Socorro da Santa Casa em estado grave e passou por diversas intervenções cirúrgicas. Ficou internada até quinta-feira, 9, quando ganhou alta médica e voltou para casa.
“Tenho muito medo de ele querer acabar de me matar. Ele está solto por aí e se ele foi capaz de fazer isso comigo uma vez, é capaz de fazer de novo”, concluiu.
PÂNICO
E o medo de Fabiana não é por nada. Além de tudo o que passou, enquanto ela estava internada na Santa Casa, Emerson, que ainda está foragido, enviou uma mensagem de texto para o celular dela.
O conteúdo é estranho e desconexo. Ele, o agressor, disse que ele não estava no comando de seu corpo no momento das agressões, creditando tudo ao “capeta”.
“Me perdoa, eu nunca fiz isso com ninguém, não era eu naquele momento, deve ser o capeta, eu jamais faria aquilo com você”, disse Emerson no contato.
POLÍCIA
Logo após deixar o hospital, Fabiana procurou a DDM – Delegacia de Defesa da Mulher -, que é responsável pelo caso. Lá ela falou novamente sobre as agressões e entregou aos policiais o seu celular com a mensagem do agressor.
Não há informações sobre o andamento das investigações.
DENUNCIE
CIDADÃO também obteve com exclusividade a foto do agressor. Quem tiver pistas de seu paradeiro pode denunciar a central de atendimento a mulher pelo 180 ou na própria DDM pelo telefone 3442-2634.
AJUDA
Além das mutilações físicas, Fabiana acabou prejudicada em sua vida pessoal e financeira. Ela é quem cuidava da mãe, que é doente, do padrasto que já tem idade avançada, da irmã mais nova e de seus três filhos.
Por conta do ataque, ela acabou ficando sem rendimentos, já que não poderá trabalhar tão cedo e sua família passa agora por uma série de necessidades.
Até se recuperar por completo, Fabiana precisará de ajuda, então quem puder doar alimentos, fraldas para o filho mais novo dela – que tem dois anos – ou qualquer outro tipo de ajuda, pode procurar a igreja Batista da Líbero de Almeida Silvares e doar em seu nome.