O vereador Arnaldo Luis Pussoli (PROS) acusou Luis Henrique Silva, mais conhecido como Rico, de ser apenas uma “marionete” na denúncia que pede a cassação do edil por receber suposto favorecimento ilícito da administração municipal, em troca de apoio na Câmara. O fato ocorreu na terça-feira, 17, mesmo dia em que ele foi citado pela Comissão de Ética sobre a denúncia.
Segundo Pussoli, Rico estaria sendo usado e/ou manipulado por outras pessoas com o intuito de prejudicá-lo por vingança e/ou diferenças políticas.
“Se colocar um computador na sua frente, tenho minhas dúvidas se ele sabe ligá-lo. Tenho minhas dúvidas se ele sabe digitar um texto. Tenho minhas dúvidas se teria condições intelectuais de montar uma peça processual. A pessoa que se esconde por traz do denunciante é o pior. É um covarde, pois sequer tem a coragem de mostrar a cara e usa pessoas de pouca inteligência para fazer o que tinham vontade. É de fato um manipulador nato”, disse Pussoli na tribuna.
O vereador ainda afirmou que acredita no envolvimento do vereador Rogério Chamel e do jornalista Luciano Donadelli, mais conhecido como Branco, na denúncia assinada por Rico.
“Não posso esquecer que a denúncia é feita e embasada em documentos fornecidos pelo vereador Rogério Pereira da Silva e por Luciano Donadelli Bento, conhecido como Branco, o qual requereu documentos deste vereador junto à Prefeitura Municipal. Tudo decorreu do fato de que denunciei o Branco no Ministério Público, pois este, utilizando-se do fato de prestar serviços nesta Câmara, tentou me pressionar para que aprovasse o relatório da CPI”, afirmou Pussoli na tribuna da Câmara.
Visivelmente irritado, o vereador ainda criticou o fato de Branco continuar trabalhando na Câmara mesmo depois da ameaça que teria feito a um vereador da Casa, no caso ele.
“Não acredito que uma pessoa que presta serviços na Câmara Municipal e pressiona vereador, por interesses particulares, ainda continue a prestar serviços nesta Casa. Isso para mim é um absurdo. É mais absurdo ainda manter uma pessoa dessa prestando serviços aqui na Câmara e sua empresa, que também já prestou serviços aqui, estar condenada por improbidade administrativa por causar prejuízo ao erário público de Fernandópolis”, completou o edil.
VANTAGEM ALGUMA
O vereador disse ainda que presta serviços no almoxarifado da Prefeitura de Fernandópolis desde 2009, quando ainda não era vereador.
Fui vereador na legislatura 1997-2000 e nesta legislatura 2013-2016, portanto, antes mesmo de ingressar nesta Casa novamente, já exercia minhas funções junto à departamentos administrativos do município. Não recebi e não recebo qualquer vantagem para fazer o que faço. Recebo simplesmente meu salário do cargo de motorista. Também não é vantagem o fato de estar exercendo minhas funções junto à departamentos administrativos, até mesmo porque motorista não tem que necessariamente dirigir ambulância, ônibus, etc. Todas as atribuições do cargo estão descritas na Lei Complementar n° 122/2015”, completou.
PUXÃO DE ORELHA
Após o encerramento do discurso de Pussoli, o presidente da Câmara, André Pessuto, chamou a atenção do vereador por ter, segundo ele, feito uma denúncia infundada. Segundo Pessuto, a Câmara não contratou nenhuma empresa condenada pela justiça.
“A Câmara sempre tomou o maior cuidado possível para contratar empresas idôneas para prestação de serviços”, disse André pedindo para que o procurador jurídico da Casa, Thales Zaine, explicasse a situação.
De fato Pessuto está correto. A empresa contratada pela Câmara para o serviço de filmagem das sessões na verdade não é de Branco, mas sim da mulher dele.
A empresa da qual Pussoli se refere é a Royal Press Propaganda e Marketing, que foi condenada pela justiça a devolver o montante de R$ 7,8 mil aos cofres públicos, bem como o impedimento de contratar com o poder público. A condenação se deu após o Ministério Público entrar com uma ação alegando que a empresa recebeu por um serviço que não prestou ao município. A condenação também atinge o ex-prefeito Luiz Vilar.
Já a empresa que presta serviço para a Câmara é a Lucia Andreia Donadelli Bento & Cia Ltda, que tem como sócia/proprietária a esposa do jornalista. Portanto, como explicou Thales, o Legislativo não está cometendo nenhum ato ilícito.