Fernandópolis registrou um incêndio a cada cinco horas nos últimos dias

20 de Agosto de 2025

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Fernandópolis registrou um incêndio a cada cinco horas nos últimos dias

Essa semana os fernandopolenses sentiram na pele, ou melhor, nos pulmões, os efeitos drásticos da soma de um clima quente e seco com a falta de respeito e de responsabilidade de alguns que insistem em atear fogo em lixos e pastagens, mesmo sabendo das consequências penais, além das consequências para sua própria saúde e da vizinhança.

Dados oficiais do Corpo de Bombeiros de Fernandópolis mostram que nos últimos dias, um incêndio foi registrado a cada cinco horas na cidade. Somente entre os dias 16 e 20 deste mês, 22 queimadas de pequena, média e grande monta precisaram da intervenção dos bombeiros. Sem contar com os casos que não chegam ao conhecimento das autoridades.

Uma dessas intervenções foi a que mais chamou atenção e provocou a revolta de diversos internautas. Uma grande área de propriedade do Grupo Arakaki, às margens da Avenida Augusto Cavalin, foi inteiramente destruída pelas chamas.

A grande gleba de terras, que fica entre a FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis – e o Recinto de Exposições Percy Waldir Semeghini, portanto dentro do perímetro urbano, começou a pegar fogo por volta das 9h de terça-feira, 19, e o incêndio só foi extinto depois de horas de trabalho em conjunto entre o Corpo de Bombeiros e a brigada de incêndio do Grupo Arakaki, que também enviou dois caminhões tanques, além de um ônibus de trabalhadores.

Em alguns momentos as chamas atingiram mais de dois metros de altura e a fumaça tomou conta de toda a cidade, além de prejudicar os trabalhos na FEF e na unidade Hospital do Câncer de Barretos em Fernandópolis.

“Mais do que tristeza... Indignação! E nossa qualidade de ar para respirar? E os idosos? Pacientes da AVCC, alunos/estudantes/funcionários da FEF? Animais silvestres sendo sufocados e queimados? Crianças?”, escreveu a internauta Vilma Beatriz Croco, ao postar um vídeo do incêndio nas redes sociais.

Outras diversas postagens foram feitas sobre a questão. O policial militar aposentado Ailton dos Santos, mais conhecido como Cabo Santos registrou uma imagem assustadora do incêndio e cobrou providências.  “Olha o vandalismo, isso é um crime. Gente vamos cobrar nossos diretos, mesmo porque deveres já temos demais”, disse ele.

LEGISLAÇÃO

Como lembrou Santos, provocar uma queimada de qualquer tamanho é crime. Além de leis estaduais e federais que inibem a utilização de fogo, em Fernandópolis atear fogo em qualquer material também é crime, de acordo com a lei nº 3.981 de 28 de junho de 2012, que estabelece: “Fica expressamente proibido qualquer tipo de queimada em área localizada em perímetro urbano, seja de lixo, mato ou qualquer outro material orgânico”.

As infrações são classificadas como leve, grave ou gravíssima e qualquer uma delas cabe multa que pode ser de duas URM’s – Unidade Referencial Municipal (R$ 498,44) se for leve, seis URM’s (R$ 1.495,32) se considerada infração grave e dez URM’s (R$ 2.492,20) em caso de gravíssima. Ainda de acordo com a lei em caso de reincidência, as penalidades serão aplicadas em dobro e o infrator, em alguns casos, também pode ter que reparar o dano.