Quando a cidade aparece tomada por fumaça e fuligem, hoje em dia, – já que as queimadas de cana foram proibidas – todos já sabem sua origem: o Ecoponto municipal. Entra ano, sai ano, gestores, secretários, e o problema continua o mesmo e quem sofre? Os moradores da região.
Essa semana, por exemplo, a filha de Mayra Alvizi, que mora nas proximidades do local, teve de ser internada na Santa Casa de Fernandópolis por conta de problemas respiratórios em decorrência da fumaça.
“Minha filha de 3 anos tem asma e teve que ir de madrugada para Santa Casa para tomar corticoide na veia, pois teve duas crises só essa noite. Mas não está afetando somente ela e sim uma grande parte da cidade. Já fizemos várias reclamações na Prefeitura, Polícia Ambiental e outros lugares e ninguém dá resposta”, disse a mãe revoltada com a situação.
Ela enviou algumas fotos da área municipal à redação de CIDADÃO. Algumas das imagens foram feitas por ela mesma, outras foram enviadas por amigos dela que moram do outro lado da cidade, mais precisamente na Avenida dos Arnaldos.
As chamas no local, dessa vez, começaram no feriado de sexta-feira, 25, porém na quinta-feira, 31, ainda havia muita fumaça – vista inclusive do centro da cidade - e pequenos focos de incêndio.
E esta é a segunda vez em menos de 30 dias que o Ecoponto é incendiado. No dia 27 de janeiro a ação destrutiva de vândalos quase pôs fim no sonho de Fernandópolis de receber voos comerciais.
Por coincidência, justamente no dia em que o técnico da ATOL Consultoria Ambiental, veio a cidade para realizar a vistoria técnica de elaboração de relatório de controle ambiental e do plano de controle ambiental para a reforma e ampliação do aeroporto municipal, o Ecoponto, que seria um dos locais vistoriados, foi incendiado criminalmente.
A vistoria técnica tinha como objetivo analisar a rota de pouso e decolagem de aviões o que inclui a área que fica na avenida Teotônio Vilela, atrás da FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis.
Acontece que, justamente na data da visita, vândalos atearam fogo no Ecoponto, o que deixou a visão da pista do aeroporto comprometida em decorrência da fumaça. A Prefeitura, por sua vez, acionou a Polícia Técnico Científica, que constatou que o incêndio foi criminoso, já que o fogo foi ateado em diversos pontos do terreno, o que demonstraria que o intuito era de que toda a área queimasse.
No dia seguinte, toda cidade amanheceu tomada pela fumaça da mesma forma que no incêndio dessa semana.
OUTRO LADO
Diante do recorrente problema, CIDADÃO procurou o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Victor Moita, e o questionou a respeito das providências que seriam tomadas.
Victor informou que a Prefeitura cogita fechar o local e transferir o Ecoponto para outra área pertencente ao município. O secretário disse ainda que a prefeita Ana Bim teria conquistado uma verba de mais de R$ 300 mil para isso e que estaria aguardando apenas sua liberação para por um fim na questão.
