Dois dos seis cidadãos que assinaram o requerimento pedindo a abertura de uma CP – Comissão Processante – para a condenação da prefeita Ana Bim (PSD) por infração politica/administrativa com base no relatório final da CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – que apurou um suposto superfaturamento na merenda escolar de mais de R$ 500 mil, procuraram a reportagem de CIDADÃO essa semana para questionar a reportagem publicada por esse periódico com a manchete: “Eles querem a cabeça da prefeita”.
Luis Henrique Silva, mais conhecido como Rico, e Adauto Cassimiro negam que estejam querendo a cabeça da prefeita e ponderam a respeito das informações de bastidores que apontam interesses particulares e políticos deles no caso.
De acordo com Cassimiro, ao contrário do que publicado por CIDADÃO, ele chegou sim a trabalhar na Prefeitura, porém, por apenas cinco meses sendo demitido após uma ação civil pública que extinguiu alguns cargos na Prefeitura. Mesmo com a demissão, ele nega que esteja agindo por vingança.
“Trabalhei por cinco meses na secretaria de Meio Ambiente e, quando fui demitido por conta da ação do promotor, eles me disseram que assim que regularizasse a situação eles me recontratariam, mas eu nem fui atrás. Depois de algum tempo, eu cheguei na Chefe de gabinete e disse: Ilair, eu não quero emprego por emprego, eu queria estar na administração para desenvolver um trabalho, um projeto. Então, quem não quis voltar para a administração fui eu”, disse ele.
Sobre o fato de ter assinado a denúncia, Cassimiro afirma que o fez por conta do relatório do perito.
“Foi comprovado por um perito do Fórum, que houve superfaturamento. Se um produto custa R$ 7 você vai pagar R$ 17? Se custa R$ 9 você vai pagar R$ 59? Então é abusivo o que a Prefeitura fez. Aí a Prefeitura fez uma sindicância e não se apurou nada? É o fim da picada! Quem está protegendo quem eu não sei, o que sei é que existe o superfaturamento e alguém botou a mão nesse dinheiro. Eu acredito muito na honestidade da Ana Bim, uma que ela não precisa disso, mas alguém superfaturou e quem foi tem que aparecer. Essa CP é a chance da Ana mostrar quem foi. Infelizmente ela é dona da caneta e pode acabar pagando por isso”, completou.
Já Rico afirma que assinou o requerimento justamente para dar a Ana Bim o direito de se defender das acusações.
“Não estou pedindo a cabeça dela. Na denúncia eu peço bem claro para que se desse o direito dela se defender e isso eu falei para ela antes. É injusto uma pessoa ser punida pela sociedade, como ela está, sem ter o direito de defesa e ela só poderá se defender e provar o contrário quando estiver frente a frente contestando o que está sendo sustentado pela denúncia. Eu tenho a certeza clara de que não foi a Ana quem cometeu esse fato ilícito. Houve sim o superfaturamento e isto está provado, mas alguém dentro da gestão, pessoas que ela confiou fizeram com que se chegasse nessa situação e infelizmente, ela por ser a prefeita, vai pagar por esses funcionários que lesaram o município, infelizmente é assim que funciona”, disse ele.
Já sobre o fato de ter rompido com a prefeita por ela ter lhe oferecido um cargo abaixo do que ele esperava, Rico confirmou que Ana Bim de fato o chamou para a administração, mas ele não teria recusado por questões financeiras, mas sim por incompatibilidade de horários.
“Eu já tinha um compromisso assumido com a deputada Ana Perugini, não só em Fernandópolis, mas em várias cidades da região e eu não poderia parar naquele momento, pois tinha que dar continuidade nesse trabalho. Além disso, disse para ela (prefeita) que não poderia entrar na administração em virtude dos meus estudos e do estágio que estou fazendo que é de seis horas diárias e eu não iria pegar um serviço na Prefeitura para não trabalhar de verdade, como muitos fazem eu prefiro perder do que lesar o dinheiro público”, completou.
Os outros quatro denunciantes não se manifestaram publicamente, apenas Beto Mariano, em um grupo fechado de uma rede social.