As primeiras consequências relacionadas a CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – que investigou denúncias de superfaturamento na merenda escolar de Fernandópolis, começaram a ser sentidas nessa segunda-feira, 15, quando os alunos da rede pública estadual voltaram às aulas. A merenda, que antes era servida pelo município por meio de um convênio com o governo estadual, voltou a ser de responsabilidade exclusiva do estado e a qualidade, segundo os alunos, despencou.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Lídia Mara Buíssa, o convênio com o governo do estado sempre gerou prejuízo para o município e, por isso, a Prefeitura decidiu devolver a responsabilidade exclusiva para o governo estadual.
“O governo sempre mandou um valor X por aluno que era complementado pelo município para oferecer mais repetições e isso só estava trazendo custos para o município. Então decidimos devolver para o estado, assim como outras cidades também estão fazendo”, explicou a secretária por meio do departamento de comunicação da Prefeitura.
Apesar de a secretária não relacionar a entrega da merenda para o estado, com as investigações do Legislativo a respeito da aquisição de produtos para sua confecção, fica evidente que a decisão está longe de ser apenas uma coincidência, afinal, além de ter que complementar os custos, o Executivo ainda arcou com a dor de cabeça de uma CPI.
“Estão servindo comida enlatada para os meus filhos e eles estão reclamando de que é muito ruim. Eles e seus coleguinhas não estão mais comendo”, afirmou uma mãe que não quis se identificar. “Não está boa mais não”, completou uma aluna que terá a identidade preservada. “Agora nós estamos recebendo uma fichinha que temos que entregar na cantina para pegar a merenda”, disse outra aluna da rede estadual.
Consultados, alguns diretores confirmaram, em off, que parte dos produtos da merenda são enlatados, como o feijão, por exemplo, mas negam que a qualidade tenha caído e que os alunos não estejam comendo.
O estado está mandando a maioria dos alimentos por meio de caminhões baú, enquanto os hortifrútis estão sendo adquiridos pelas próprias escolas, com recursos vindos do estado.
Nas escolas municipais o sistema continua o mesmo do ano passado.