Na última semana, a FACESP - Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - manifestou-se contrária ao aumento de impostos no país. Em ofício destinado aos deputados, a entidade que representa as Associações Comerciais do Estado de São Paulo justifica que o aumento dos tributos afetará de forma negativa a economia.
Segundo dados do IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação -, em 2015, 41,37% de todo o rendimento dos brasileiros foi destinado ao pagamento de impostos. Em alguns casos, os tributos chegaram a representar 80% do preço de um produto.
Em apoio a FACESP, a ACIF - Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis - encaminhou o ofício aos deputados estaduais da região. De acordo com o presidente da entidade, Dirceu Miralha dos Reis, é hora de empresários e órgãos representativos se unirem.
“No Brasil, trabalha-se 151 dias para pagar impostos. O aumento da carga tributária não vai trazer nenhum benefício para a economia. A população e os pequenos empresários serão os mais prejudicados”, comentou Dirceu.
Confira na íntegra o ofício da FACESP destinado aos deputados:
A FACESP - Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, que representa 420 entidades de adesão voluntária abrangendo as micros, pequenas e grandes empresas dos municípios em que atuam, deseja transmitir à Vossa Excelência sua posição contrária a qualquer aumento de tributos, de qualquer natureza e sob qualquer pretexto. Considera a entidade que a experiência brasileira das últimas décadas tem demonstrado que a elevação de impostos não resolve os problemas de desequilíbrio das finanças públicas nos três níveis, pois sempre acabam resultando em expansão dos gastos, aumento do tamanho do Estado e maior interferência nas atividades empresariais e na vida dos cidadãos. Além disso, as contrapartidas oferecidas pelos governos não correspondem aos maiores encargos transferidos para a sociedade. Ponderam ainda, que a forte recessão que afeta o país, cuja mais perversa consequência é o desemprego crescente, será agravada por maior drenagem de recursos das empresas e dos cidadãos, aprofundando um quadro altamente negativo de queda da produção, das vendas e dos serviços. Permitem-se as associações comerciais apelar a Vossa Excelência para que, como representante do povo, se coloque contra qualquer tentativa de novos tributos, ou aumento dos existentes. De outro lado, as entidades enfatizam a necessidade de medidas que resultem em redução dos gastos do executivo, legislativo e judiciário dos três níveis de governo, para que os sacrifícios que vem sendo impostos à população possam ser minimizados e mais rapidamente superados.