Conheça padre Miguel, o mais novo “Cidadão Fernandopolense”

20 de Agosto de 2025

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Conheça padre Miguel, o mais novo “Cidadão Fernandopolense”

Fernandópolis ganhou oficialmente na segunda-feira, 14, mais um “Cidadão fernandopolense”. Trata-se de Miguel Donizete Garcia, ou padre Miguel, como é conhecido. O título foi entregue a ele após a propositura de Neide Garcia ser aprovada por unanimidade na Câmara Municipal. A honraria visa reconhecer munícipes que não nasceram aqui “pelos relevantes serviços prestados à comunidade” e, se esse é o real objetivo do título, ele foi alcançado. O reconhecimento do trabalho de padre Miguel vai muito além das paredes de igrejas católicas da cidade. Foi dele a coordenação do DNJ – Dia nacional da Juventude -, que levou milhares de jovens, católicos e não católicos, para a praça Joaquim Antonio Pereira em setembro, sem promoções, sem álcool, sem qualquer um daqueles atrativos oferecidos por boates e casas noturnas para atrair público, apenas a proposta de evangelização. 

Além de seu trabalho de evangelização, a homenagem que recebeu na Câmara Municipal muito se deu em virtude do sucesso na realização do DNJ – Dia Nacional da Juventude –, que o senhor encabeçou. O que este evento lhe significou?

Todos os anos no mês de outubro, nós realizamos um evento com o objetivo de “atrair” a juventude, evento este, que conta com a participação de todos os jovens de nossa Diocese de Jales. É a segunda vez que nós realizamos aqui em Fernandópolis nestes últimos cinco anos. Logo que assumi a Coordenação Diocesana da Juventude (que compreende os 46 municípios de nossa diocese) realizamos também o DNJ aqui, na época também recebi da Câmara Municipal a “Moção de Aplausos”. E desta vez teve um gostinho especial, pois na atual conjuntura realizar um evento desses, foi motivar ainda mais nossa juventude, pois o tema era Juventude e Sociedade, e o lema “Estou no meio de vós como aquele que serve”, então foi bom trabalhar e envolver os jovens com essa realidade de nossa cidade e da diocese também, assim como tivemos a presença no dia do show de grupos de jovens de outras denominações religiosas, o que prova que os jovens estão abertos e não tem preconceito e sabe confraternizar de forma saudável, vocês puderam observar milhares de jovens e não tinha, por exemplo, nada de bebida alcoólica. O que mostra que os jovens gostam de se divertir de forma saudável. 
Ainda falando sobre juventude, a Igreja sempre teve um relacionamento bastante estreito com os jovens. Como vê este cenário atualmente em relação à quantidade de jovens que leva à risca a vida cristã?
Nós procuramos sempre dar formação e orientar os nossos jovens da forma correta e disciplinar, e hoje nós temos um Papa que ama a juventude e procura orientar-nos a isso, a incentivar os jovens para que tenham um namoro santo, uma vida cristã participativa e missionária, e os jovens gostam de trabalhar assim, sendo uma Igreja em saída indo em busca de outros jovens que estão afastados. Ainda há muito a fazer, mas estamos no caminho certo, nossos grupos de jovens tem aumentado consideravelmente, hoje só em Fernandópolis são nove grandes grupos: Ejus, Ejc, Uebac, Ejocri, Cursilho, Vicentinos, Universitários, Ministério Jovem, Missão Jovem e esses são divididos em até oito pequenos grupos, que oscilam entre 15 a 25 jovens em cada pequeno grupo. Jovens tem sede de Deus, e nós estamos nos esforçando ao máximo para acompanhá-los e responder saciando essa sede de Deus de uma forma cristã.
 Como vê o caminhar dos jovens à vida cristã, especificamente em Fernandópolis? Ainda pode melhorar? Qual a passagem bíblica que melhor retrata a importância do trabalho com este público, em sua opinião?
Nós precisamos ir onde os jovens estão! Se fazer um deles, no meio deles para sentirem que nossa presença é uma presença amiga, companheira. Desta forma, falando a mesma linguagem juvenil, conseguimos essa aproximação, quebrar as barreiras e eles percebem que estamos juntos para ajudá-los a crescer como irmãos. Na primeira carta aos Corintios cap 9. 16-27 é um texto que retrata bem essa realidade, se fazer um com todos para ganhar o maior numero possível, “Ai de mim se não anunciar o evangelho”, e anuncio de forma simples e prática, com dinamismo, algo que os jovens gostam, sejam com retiros espirituais, missas, festas, bailes, etc. Tudo com muita sobriedade e animação. Ou seja, tem hora para tudo: para rezar, para formação, para festas, para dar puxões de orelhas também. Assim vamos nos aproximando cada vez mais e eles vão sentindo o amor que tenho por eles. Claro que ainda temos muito que melhorar, existem muitos jovens que ainda não conhecem Jesus Cristo, infelizmente! Mas na medida do possível vamos nos aproximando e fazendo eles perceberem essa presença amorosa e misericordiosa de Deus, acima de tudo que é um Deus do amor e do perdão. Que sempre dá uma nova chance para você buscar uma verdadeira e sincera conversão.
Recentemente, o senhor foi eleito coordenador do clero diocesano e agora foi nomeado reitor do Seminário Diocesano de Jales, como se deu esta escolha? Quais perspectivas nesta nova missão?
Pois é, cada vez mais vamos assumindo compromissos e nos colocando a serviço da Igreja naquilo que de fato ela necessita. Neste ano de 2015, foi de muita bênção em minha vida sacerdotal, além de todos os trabalhos prestados as nossas comunidades, fui eleito pelo clero diocesano para ser o “Representante dos Presbíteros” e essa função me levou a assumir outros cargos de confiança, incluindo a presidência do sub-regional que compõe quatro dioceses (Rio Preto, Barretos, Catanduva e Jales) e desta representação fui eleito para compor a diretoria do Regional Sul 1 da CNBB- Conferência dos Bispos do Brasil - que representa todo o estado de São Paulo com suas 46 dioceses. Uma missão e tanta. Como precisamos estar sempre prontos para responder ao chamado de Deus, fui escolhido pelo nosso bispo e pelo conselho de presbíteros a assumir como formador dos futuros padres (Reitor do Seminário). Afirmo que não tinha esta pretensão, mas quando Deus chama, sinto-me preparado e confiante para dizer sim e assumir com amor e dedicação esta nova e desafiadora missão a mim confiada. 
Como vê a utilização das mídias sociais na evangelização e no arrebanhar de novos fiéis?
De forma muito positiva. Nos facilita e muito a comunicação e a própria formação. Tenho hoje todos os grupos de jovens da diocese que são mais de 70, contato com todos os coordenadores de forma simples e rápida. Os jovens vivem conectados, isso facilita e se você não acompanhar, fica excluído, e desatualizado. Portanto, é fundamental essa comunicação através dos meios de comunicação e até para orientá-los a manter a reta intenção de promover sempre os bons contatos e ensinamentos. É preciso cuidar e ensinar a fazer bom uso desta praticidade que vai se evoluído cada vez mais.
Voltando a falar sobre a homenagem na Câmara, o que ela significa para o senhor?
Como disse no discurso, me sinto merecedor deste Título Cidadão Fernandopolense, pois tenho me esforçado muito em promover a unidade e a evangelização em diversos meios. Assim que foi divulgado, muitos e muitos cidadãos fernandopolenses me ligaram ou enviaram mensagens de carinho e diziam: se tem alguém que merece esse título, é você padre Miguel! Com certeza ao longo dos anos convivendo aqui nesta cidade, mais especificamente nos bairros onde atuo como padre, mesma região que a vereadora Neide Garcia reside, que pôde acompanhar e perceber o trabalho de amor e dedicação que presto nesta cidade, para poder apresentar o meu nome para ser desta forma homenageado. Esta honraria que recebo tem muito mais valor, porque posso compartilhar este momento de conquista com minha família que esteve presente, amigos e com todas as minhas comunidades. Sinto-me honrado e profundamente emocionado por receber o título de Cidadão Fernandopolense. Receber o título de cidadão fernandopolense, é me igualar àqueles que nasceram nesta cidade. É um prêmio que recebo, e se o recebo, além de qualquer outro motivo que possa ser destacado, pelo amor que tenho a esta cidade, confesso que me sinto merecedor. Assim aproveito o momento para agradecer aos meios de comunicação, hoje tão eficientes: jornais, sites, rádios, entre outros tantos que facilitam que as informações cheguem de forma rápida e divulgam e bem, o nosso trabalho. Talvez, sem vocês não teria sido alguém tão conhecido na cidade.
O senhor já havia recebido homenagem como essa em alguma das paróquias que passou?
Título Cidadão é o primeiro, já recebi Moção de Aplausos, entre outras homenagens.
Teremos, em breve, a mudança de bispo. Isso refletirá nas paróquias?
Aproveito o momento para convidar a todos para a Ordenação Episcopal do Monsenhor José Reginaldo Andrietta, que será no dia 27 de dezembro, às 15h, em Americana - SP - lugar onde desenvolveu seu trabalho pastoral nos últimos anos, e dia 31 de janeiro às 10h da manhã a sua posse na Catedral Nossa Senhora da Assunção em Jales. Essa mudança de bispo refletirá de forma positiva, como já está repercutindo, pois estamos “ganhando” um “pai” pastor, com muita experiência de vida e trabalho pastoral.
Qual a expectativa do senhor e dos colegas com a chegada de Dom José Reginaldo Andrietta? O conhece?
A expectativa é a melhor possível, ele é uma pessoa simples e com uma sabedoria incrível, com 58 anos de idade e 32 anos de vida presbiteral. Já morou em vários países e esta numa felicidade ímpar, grande profeta que vem para dar continuidade no trabalho de Dom Demétrio. Já tive a oportunidade de conhecê-lo sim, já participamos de algumas reuniões na província, e regional e onde chega em pouco tempo todos já aprendem a gostar e simpatizar com sua pessoa.
Daqui cinco dias celebraremos o Natal. Qual a mensagem que o senhor gostaria de deixar nesta data tão importante para o Cristianismo?
Que as pessoas pudessem se respeitar mais, valorizar mais umas às outras. Perceber o grande dom que Deus nos concede de viver e valorizar a vida dos outros também. Isso para todos e em especial aos nossos governantes municipais, que tenham verdadeira união e respeito, quando nos unimos para o bem, todos ganham e principalmente a população porque aí temos e ganhamos força para conquistar muitas coisas para a cidade, quando fica em pé de guerra, não produz anda de bom, pelo contrário só perde! Natal é um tempo de graça e da presença de Deus, momento em que nossos corações se enchem de esperança e paz, e isso deve permanecer ao longo de todo ano, pois celebrar o nascimento de Jesus é deixar ele entrar e fazer morada em nós, e se ele está em nosso coração, nos tornamos pessoas novas e felizes, capaz de amar e de perdoar. Deus vê o “escondido”, então peço que todos possam se unir e rezar mais, o que está faltando hoje é oração no coração das pessoas. Estamos iniciando um ano que para nossa Igreja, a pedido do Papa Francisco, será o ano santo da misericórdia. Sua Santidade ressaltou a grandeza da misericórdia divina e, ao mesmo tempo, a importância de os fiéis aplicarem em sua vida a virtude da misericórdia. A misericórdia, porém, não se trata de “pagar o que se deve”, mas de dar com abundância, sem medidas. Deus, quando exerce Sua misericórdia para conosco, não nos trata de acordo com os nossos méritos. “Se levardes em conta nossas faltas – canta o salmista –, quem haverá de subsistir?” (Sl 129, 3). Sejamos misericordiosos uns com os outros, como Deus é misericordioso. Feliz e Abençoado Natal !